Segundo João Costa, coordenador do projeto e professor naquela escola do Instituto Politécnico de Leiria, trata-se de um projeto “inovador a nível internacional”, porque não existem passeios que levem os turistas a observar, em alto-mar a poucos metros de distância, práticas tradicionais de pesca, como a arte do cerco, e a conhecer as tradições e a cultura das comunidades piscatórias.
O “FishTour” pretende ser “uma experiência única” para os turistas, oferecendo-lhes um dia diferente, a começar com a visualização de um documentário sobre os ciclos de vida da sardinha e a sua arte da pesca, passando por um passeio no mar para observar a faina e acabando num restaurante a degustar um prato gastronómico típico à base de sardinhas.
Os investigadores acreditam que, se for implementado, o “Fishtour” pode criar postos de trabalho ligados ao turismo sustentável ou à restauração e dar novas oportunidades de emprego aos pescadores, que podem vir a ser recrutados para conduzir embarcações, explicar a bordo as técnicas da arte do cerco ou relatar as suas experiências.
João Costa adiantou que o projeto foi apresentado a algumas empresas, sobretudo as que exploram em Peniche atividades marítimo-turísticas, levando a bordo turistas até às Berlengas ou acompanhando mergulhos ou pesca desportiva, “mas nenhuma implementou ainda” a ideia.
O coordenador explicou que a rota pode ser alargada não só à observação da captura de outras espécies pela pesca do cerco em Peniche ou noutros locais da costa portuguesa, desde a costa algarvia até Matosinhos, comunidades que se dedicam também àquele tipo de faina, como a outras pescarias tradicionais, como a do atum, nos Açores.
Os investigadores João Costa, Francisco Dias, Nuno Almeida, Mário Carvalho, Rui Pedrosa, Paulo Maranhão e Sérgio Leandro conceberam a imagem de marca do projeto, produziram o documentário em vídeo, a ser exibido na quarta-feira, criaram um site destinado à promoção do produto e às reservas dos turistas (www.fishtour.pt) e desenvolveram um estudo-piloto.
Os 21 turistas, a maioria estrangeiros, levados a bordo para os investigadores testarem a ideia, não só gostaram da experiência (65% ), como demonstraram intenção de a repetir (71% ) e de a recomendar a amigos (95% ), segundo inquéritos realizados.
O estudo-piloto veio a concluir que a rota turística da sardinha tem uma “elevada procura potencial”.
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