“Em relação ao concelho da Nazaré, estarei sempre disponível para tomar posição ou agir em função daquilo que acho que são as melhores interesses para a minha terra”, diz o vereador, admitindo que “gostaria de colaborar ativamente para que o concelho e a minha terra se desenvolvessem”.
“Se essa oportunidade vai chegar agora ou vai ter de ficar para mais tarde, isso é outra questão”, refere.
O social-democrata diz que tem recebido “pedidos de muita gente, da população em geral, dos mais variados quadrantes, de pessoas que não estão ligadas à política, para que me candidate”, adiantando que para tal acontecer “teria que ser muito ponderado e analisadas as consequências, no próprio partido”.
“Nunca disse a ninguém que ia ou não ia avançar. Confirmo, que tenho tido muitos a convidar-me a fazê-lo”, acrescenta, adiantando que esse desafio lhe tem sido lançado desde que foram conhecidos publicamente os candidatos do PSD e do PS à presidência da Câmara, nas próximas eleições.
António Trindade, que já se anunciou como candidato Independente à presidência da Câmara da Nazaré. Foi um dos nazarenos que o incentivou a candidatar-se mas enquanto “líder de um movimento ou de uma candidatura, para me verem como presidente de Câmara, e não enquanto membro de uma lista encabeçada por outro”, assegura.
António Salvador é militante do PSD, na concelhia de Caldas da Rainha, membro do conselho nacional do partido e presidente da distrital dos trabalhadores social-democratas.
Renunciou aos pelouros que possuía no atual executivo quando verificou que o percurso autárquico seguido pela maioria “não era o que defendia”, numa altura em que “muitos militantes se afastaram por verem que determinado rumo estava a ser tomado, em particular, pelo presidente da Câmara, Jorge Barroso”.
“São temas estruturantes, fraturantes, que fazem toda a diferença nas consequências para a população. Não poderia estar cúmplice dessas situações, como outros membros do executivo estão, que apoiam esta política representada pelo presidente da Câmara, um independente, que não é militante do PSD”, justifica.
Preocupado com a situação da Câmara da Nazaré, que diz ser “complicada ao nível político e financeiro”, António Salvador diz que a sua visão do concelho e do futuro é diferente daquela que o presidente está a seguir, razão pela qual saiu, a alguma distância, ainda, da convocação de eleições autárquicas.
Sem pelouros e o ordenado de vereador a tempo inteiro, António Salvador mantém-se como vereador do PSD no executivo e justifica-se no lugar como um eleito “numa posição independente do presidente da Câmara. Sou, para qualquer efeito, o primeiro militante eleito do PSD para a Câmara”.
O afastamento incluiu a transferência da sua militância partidária para a concelhia de Caldas da Rainha. “Desde cedo percebi que o rumo, traçado, não me incluía e eu afastei-me para que o processo seguisse o seu rumo”, deixando no ar a ideia de que a escolha do candidato do PSD
à presidência da Câmara não foi pacífica, ao afirmar que “não houve concordância, desde cedo, com a maioria dos militantes que estava comigo”.
Agora, e estando o lugar do candidato no PSD já preenchido, “as soluções não passam por uma candidatura dentro do PSD, no caso de eu querer ser candidato e da minha família aceitar que enfrente essas tarefas, que são absorventes, tendo em conta a situação em que a
Câmara se encontra”.
Segundo o vereador, que diz que tem recebido pressões para se candidatar à presidência da Câmara desde que se conhecerem os candidatos do PSD e PS, nenhuma decisão, sobre esta matéria, está tomada, porque ela exige “muita ponderação”, admitindo, contudo, que uma candidatura à Câmara pode ser um objetivo no seu horizonte e que se esta “não ocorrer agora, pode acontecer daqui a 4, 8 ou 12 anos. Gostaria de colaborar no desenvolvimento da minha terra. Tenho capacidade de trabalho, ideias e os meios para conseguir por em prática o que acho que seria melhor para a minha terra, e que as pessoas merecem”.
Com esta posição, António Salvador diz que não está a trair o seu partido, ou a ferir o interesse do PSD. “Tenho sabido respeitar aquilo que é o interesse do partido. Mas antes de ser militante, sou cidadão, com direito a exercer a cidadania, como tal não posso afirmar que está completamente afastada de vir a protagonizar uma candidatura à Câmara.
Não há, todavia, qualquer decisão. A minha posição é, neste momento, completamente neutra. Se não disse sim, é porque disse não”.
Quanto à Câmara de Caldas da Rainha, onde é atualmente funcionário, técnico do quadro da Câmara, António Salvador diz que “colabora e apoio o que o executivo pedir para fazer, para que o este tenha os melhores resultados possíveis”, e garante que “nada foi conversado do
ponto de vista político ou de candidatura” naquele concelho.
À gestão autárquica de Fernando Costa, à frente da Câmara de Caldas da Rainha há vários mandatos, António Salvador deixa elogios, afirmando que a autarquia tem tido “uma boa gestão política e financeira, e que por isso tem sido possível reduzir os impostos em tempo de crise, ao contrário de outros, que têm tido um percurso inverno, aumentando a carga de impostos sobre a população”, finaliza, referindo-se ao aumento de algumas taxas e preços municipais na Nazaré, nomeadamente nos serviços, tais como a água, saneamento e resíduos sólidos urbanos.
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