Eduardo Graça (CASES), que no âmbito do Ano Internacional das Cooperativas, abordou os desafios das cooperativas portuguesas em tempos de crise, referiu que estas, por serem organizações muito próximas das comunidades, «têm provado serem mais resistentes aos efeitos negativos da crise».
Lurdes Barata (CASES), que falou, por sua vez, dos números do cooperativismo na economia, referiu, de acordo com dados do Instituto António Sérgio, que este representou “quase 5% do produto interno bruto, o que é um valor muito importante para a economia em Portugal”.
Em termos de emprego as cooperativas não são grandes empregadoras, mas “conseguem muito devido à dinâmica, flexibilização e polivalência”, disse.
Por seu lado, Canaveira de Campos (ex-Presidente da CASES), falou da importância do cooperativismo no desenvolvimento do país, “quer a nível económico, na medida em que permite um maior aproveitamento de recursos e participação das pessoas, quer a nível social, na medida em que permite às pessoas trabalhar em conjunto, se conhecerem, considerarem-se mais iguais e terem maior participação na decisão das suas próprias vidas e na organização das suas próprias vidas, quer ainda também a nível da própria sociedade, na medida em que as cooperativas ajudam a estruturar as próprias comunidades”.
O primeiro dia das comemorações terminou com um jantar comemorativo, servido no Mosteiro Sta. Maria de Alcobaça, invocando a analogia entre a importância que os Monges Cistercienses tiveram no desenvolvimento da agricultura da região de Alcobaça do século XII ao século XVII com a contribuição dada pela Cooperativa Agrícola de Alcobaça nos últimos 80 anos. Durante o jantar, foi lançado o livro sobre a História da Cooperativa.
No fim-de-semana, a Cooperativa Agrícola de Alcobaça organizou uma “Feira de Oportunidades”, que decorreu nas instalações da organização, e que teve como objetivo proporcionar aos associados e visitantes, oportunidades de promover o comércio de máquinas, alfaias e utensílios agrícolas usados; facilitar informação sobre a compra, venda, troca ou arrendamento de terrenos; disponibilizar informação sobre emprego, permitindo a interacção entre agentes empregadores e trabalhadores disponíveis; apresentar informação sobre cursos de formação na área agrícola, além de projectos, seguros e incentivos à instalação.
Para o presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Paulo Inácio, que destacou a importância do trabalho institucional de relacionamento que tem vindo a ser desenvolvido entre a autarquia e a cooperativa, esta Feira temática serviu, também, para mostrar ”dinamismo, envolvimento das pessoas, e a esperança que depositam no sector agrícola, transmitindo, assim, um sentimento de que a cooperativa os está a representar da melhor maneira”.
Já o presidente da Cooperativa, Manuel Castelhano, informou que esta foi a primeira experiência de uma iniciativa maior, ainda em fase de avaliação. “Estamos a testar o espaço disponível, para facultar aos agricultores a exposição e venda dos seus produtos”, disse.
A feira temática serviu para “reaproveitar a maquinaria agrícola usada, e teve como objectivo trabalharmos para o desperdício zero. Atendendo ao momento atual do país, é fundamental que cada vez mais se trabalhe mais em conjunto para sermos mais competitivos”, salientou.
“No futuro vamos trabalhar com outras cooperativas, para que os nossos agricultores possam escoar os seus produtos. Só trabalhando em conjunto, com todas a organizações agrícolas do concelho, é possível atingir bons resultados”, rematou.
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