Os pescadores da Nazaré começaram a receber as indemnizações da Mohave Oil referentes aos prejuízos provocados pelas prospeções de petróleo ao largo da costa, no verão do ano passado, e que impediram a atividade da pesca durante cerca de um mês, tendo ainda causando avultados prejuízos nas artes de pesca fundeadas. As associações deram, durante o mês passado, àquela empresa, todas as matrículas das embarcações afectadas pela actividade de prospecção de petróelo. Ao todo deverão ser contemplados 39 barcos, 14 da Associação de Armadores Pescadores da Nazaré, e 25 da CAPA – Cooperativa de Armadores da Pesca Artesanal. No total, a Mohave Oil irá desembolsar 56.037 euros como compensação pelos prejuízos que a sua actividade de exploração provocou aos pescadores. Segundo João Paulo Delgado, da Mútua dos Pescadores da Nazaré, uma das primeiras vozes a insurgir-se contra a situação, «50% do valor [da indemnização] vai para a empresa, e os restantes serão divididos pelos tripulantes» da embarcação Ainda de acordo João Paulo Delgado, os valores atribuídos pela Mohave situam-se entre os 600 e os 3 mil euros, o valor mais alto atribuído. A nível nacional vão ser atribuídos 150 mil euros a todos os pescadores que pararam entre 15 de julho a 21 de agosto devido às prospeções petrolíferas, ao largo da Nazaré Depois das condições meteorológicas adversas registadas no mar em Julho, que impediram a saídas das embarcações, estes trabalhos de pesquisa de petróleo impediram os pescadores de desenvolver as suas tarefas profissionais dentro da normalidade. Os representantes da comunidade piscatória local falaram «em fortes perdas ao nível das artes de pesca fundeadas» na área em causa. Sobre as indemnizações agora atribuídas, João Paulo Delgado afirma que «num mês de agosto normal, 3 mil euros pode ser um dia ou dois de pesca», lamenta João Paulo Delgado, adiantando que as compensações não passam de «valores residuais, após uma negociação feito de forma atabalhoada». «As negociações foram conduzidas numa lógica desrespeito aos trabalhadores», conclui. JL
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