A Câmara Municipal da Nazaré vai pedir à Ministra da Agricultura, Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Assunção Cristas, medidas com vista à atribuição de compensações aos empresários lesados pela perda de artes de pesca durante as operações de prospecção de petróleo no mar. Em causa estão os trabalhos de pesquisa de petróleo que a Mohave Oil and Gas Corporation tem vindo a efectuar, entre São Martinho do Porto e Pedrógão, sobretudo na linha de costa, entre as 2 e as 8 milhas, e que afectaram, segundo a comunidade piscatória local, o desenvolvimento da sua actividade profissional dentro da normalidade, desde meados de Julho. A comunidade piscatória local fala em «fortes perdas ao nível das artes de pesca fundeadas na área em que foi desenvolvida a pesquisa». De acordo com a proposta aprovada esta segunda-feira, 5 de Setembro, pelo executivo camarário, que já em meados de Agosto se tinha colocado ao lado dos pescadores, solicitando uma reunião com responsáveis pelo sector para se ultrapassar estas dificuldades, “a entrada em vigor da portaria nº 259/2011 de 15 de Julho, relativamente à prospecção de petróleo na zona de pesca entre a Nazaré e Aveiro, teve como consequências graves problemas para toda a classe piscatória”. Para a Câmara Municipal “na portaria em questão não foram salvaguardados devidamente todos os interesses de pescadores e armadores”. A decisão de pedir compensações para os empresários foi tomada esta segunda-feira, em reunião do executivo camarário. Entre os pescadores da Nazaré está neste momento a decorrer um abaixo-assinado em que se exigem “compensações adequadas pela perdas de salários e desaparecimento de artes de pesca”. Os prejuízos estão ainda relacionados com os trabalhos de prospecção de petróleo no mar entre Nazaré e Aveiro, que impediu os pescadores de ir ao mar e que levou ao desaparecimento de muitas artes de pesca. O documento considera ainda que os Pescadores “não foram informados com antecedência suficiente para acautelarem e precaverem todo o material de pesca”. O abaixo-assinado segue depois para a Assembleia da República através do Grupo Parlamentar do PCP.
0 Comentários