Tenho habitualmente a cabeça cheia de muitas coisas, e confesso que corro um pouco de actividade em actividade. Falo muito durante o dia, e o meu trabalho leva-me a lidar amavelmente com muitas pessoas. E quando chego a casa sinto que esgotei a minha reserva diária de palavras e sorrisos.
Pergunto a mim mesmo se não existirá um erro profundo nesta forma de eu me comportar. Qualquer coisa semelhante a uma inversão de valores: dedicar-me demasiado a coisas secundárias; dedicar-me menos àquilo que mais me devia interessar.Devia investigar se não haverá aqui um pouco de vaidade, de ambição, de um exagerado desejo de riqueza e comodidade… Mas estes pensamentos doem como facas e não insisto neles. Pode ser que um dia venha a descobrir que olho para um canalha quando de manhã me vejo ao espelho, mas até lá…
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