A Câmara Municipal da Nazaré defendeu na segunda-feira, em reunião de Câmara, a necessidade de manutenção da imagem do promontório do Sítio nas intervenções que o Instituto da Água (INAG) vier a realizar com vista à estabilização das Arribas da Praia da Nazaré. A reacção surge no âmbito do relatório preliminar do INAG relativo ao estudo de “Estabilização das Arribas na Praia da Nazaré”, que foi à reunião do executivo camarário, na sequência de uma outra da Comissão Permanente da Assembleia Municipal, sobre este assunto, cujas conclusões, segundo António Salvador, vereador do Urbanismo, «apontam para a necessidade de se estudar uma solução que mantenha a paisagem do promontório».
O Instituto da Água concluiu, após um estudo técnico efectuado à arriba, que a sua instabilidade tem sido determinada por “quedas de blocos e por erosão devido à agitação marítima”. A curto prazo, aquele organismo do Estado propõe a sinalização e colocação de barreiras de protecção e a realização de obras com vista à estabilização da arriba. A longo prazo, propõe-se a efectuar acções de tipo preventivo e de manutenção, com base num plano de monitorização da arriba. De acordo com a informação técnica da autarquia, elaborada com base nas conclusões da reunião da Comissão Permanente da Assembleia Municipal, o INAG “deve assegurar as melhores condições possíveis para a segurança de pessoas e bens”, mantendo, todavia, a “imagem do promontório do Sítio da Nazaré, tendo em conta a relevante importância paisagística e a simbólica colectiva de dimensão local, regional e internacional, da falésia/promontório do Sítio da Nazaré”. Ficou deliberado pela Câmara Municipal que a intervenção proposta pelo INAG no denominado “Bico da Memória” deve “pautar-se pela garantia de segurança, mas admitindo o livre acesso até à zona actualmente murada”. Relativamente às soluções de drenagem, a Câmara Municipal da Nazaré entende que a “proposta descaracteriza a imagem do promontório”, sugerindo, a autarquia, como alternativa “a ligação da drenagem aos colectores públicos existentes ou outra sem impacto na paisagem”. Sobre a obra de defesa costeira com a construção de prisma em enrocamento, a autarquia sugere que a sua construção se “faça com a rocha de características e tonalidade equivalente à existente, de modo a não criar nenhum elemento estranho na base da arriba que prejudique a sua imagem”.
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