Digo “penso eu” porque da abordagem e do conteúdo da mesma não dá para destrinçar qual a qualidade em que o entrevistado foi ouvido, nem tão pouco os objectivos concretos dessa entrevista.Efectivamente, grande parte do nosso Património está devoluto. Essa é a principal causa de ruína e de desaparecimento. O concelho da Nazaré é um “grandioso” exemplo disso (pela negativa).Miguel Sousinha tem razão naquela afirmação, mas pergunto: durante o tempo em que foi presidente da Região de Turismo Leiria/Fátima tomou alguma posição para inverter essa situação, conforme refere ter pressionado (?) no caso do Dr. Sapinho em relação ao Mosteiro de Alcobaça e à possibilidade de instalação de uma unidade hoteleira naquele imóvel?É fácil falar quando falamos de “outrem” e de outros concelhos. Mas quando temos na Nazaré operadores turísticos (um deles será Miguel Sousinha) que poderão ver nessas ideias, uma concorrência que, no mínimo, lhes vai complicar a vida, as coisas podem mudar de figura.O Mosteiro de Alcobaça tem uma tipologia construtiva que obedece aos cânones da Ordem Religiosa que o edificou. São Gião responde por si, nas várias épocas de utilização. A Pederneira tem vestígios de ocupação humana no Neolítico Antigo, 5500 a 6000 BP (segundo a escavação arqueológica realizada no âmbito da construção da variante à Nazaré), entre outros exemplos que poderia dar.Porém, não deixo de me surpreender e de relevar a preocupação que o Sr. Miguel Sousinha parece ter pelas questões do Património e pela reutilização dos edifícios. Mas das palavras aos actos…