Conselho Internacional para a Exploração do Mar Tânia Rocha O nazareno João Delgado esteve em representação dos pescadores portugueses na conferência anual do Conselho Internacional para a Exploração do Mar, que se realizou de 20 a 24 de Setembro, na cidade de Nantes, em França. João Delgado foi nomeado pela Mútua dos Pescadores, da qual é um dos membros da direcção, e pelo IPIMAR, para estar neste encontro em representação do sector das pescas português. Segundo as declarações de João Delgado ao Região da Nazaré, neste encontro foram discutidos vários temas de “diversas áreas ligadas à exploração do mar”, tais como: Biologia, Oceanografia, Ciências Sociais, vida marinha, impactos nas comunidades piscatórias das produções de aquicultura offshore, variações da captura da sardinha na costa portuguesa, estudos de várias espécies, certificação de pescarias sustentáveis, impacte ambiental provocado pelo derrame de petróleo da plataforma da BP no Golfo do México, entre outros assuntos.
Segundo o convidado da Nazaré, “para a Mútua dos Pescadores, é extremamente honroso que um representante seu esteja presente numa iniciativa destas, onde se discute a exploração do Mar ao mais alto nível”. Também destacou que esta representação é um “sinal de reconhecimento da idoneidade e representatividade do sector” por parte da instituição, que, segundo ele, “tem prestado um serviço ímpar e com contributos permanentes, com vista a alcançar melhores condições para os nossos profissionais”. João Delgado está disponível para divulgar o conhecimento que trouxe da conferência, não só aos pescadores, como também à comunidade nazarena, nomeadamente no esclarecimento de alguma dúvida sobre os modelos de pesca que contactou, novas formas de organização e problemas de outros pescadores de outras partes do mundo. Durante o evento houve, também, um programa direccionado aos jovens pescadores e aos jovens cientistas, “com o objectivo de se esbaterem diferenças gritantes entre ambos, e com o sentido de juntos partilharem experiências, para que os resultados no futuro sejam mais profícuos para ambos”. Segundo João Delgado, o balanço desta iniciativa é “rico” e “gratificante”. Destaca que, “para além de visitar uma região marcada pela sua forte cultura e beleza natural, tem uma ligação fortíssima à pesca e às actividades marítimas”. Teve também “oportunidade de trocar ideias e discutir com várias pessoas, de realidades completamente diferentes da minha e ao mesmo tempo com tanto em comum, o mar, a pesca e disso fazermos a nossa vida”. João Delgado salienta ainda a importância destas iniciativas, não só pela “aproximação entre pescadores e cientistas, para que os interesses de todos sejam mais facilmente alcançados”, como também para que “a pesca se torne uma realidade com futuro, um processo de exploração sustentável e um motor gerador de trabalho”. A título de conclusão, este nazareno afirma que “o Mar precisa de explodir em oportunidades, pois temos um imenso mar à espera, que ainda não sabemos, nem temos a verdadeira noção daquilo que poderá significar a economia do mar para o nosso país, assim queiram as opções políticas de quem nos governa”. De Portugal, além de João Delgado também estiveram presentes cientistas do IPIMAR, da Universidade do Algarve e da Universidade dos Açores.
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