Paulo Alexandre A saída de Cecília Gil e a escolha do seu sucessor para a direcção do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça continuam envoltas em polémica. Paulo Bernardino, jornalista e investigador social da Universidade de Salamanca, fala em influências de Rui Rasquilho, antigo director do monumento, sobre as nomeações para o Mosteiro. O ex-dirigente do CDSPP de Alcobaça felicitou o presidente do Igespar pela alegada recusa em nomear o professor António Maduro para director do Mosteiro, nome que terá sido, segundo adianta, indicado por Rui Rasquilho. Rui Rasquilho afirma que “estas declarações não lhe merecem qualquer tipo de comentário”.

Paulo Bernardino fala sobre a falta de um “planeamento, com visão e gestão estratégica, de políticas culturais adequadas para a arte e cultura por parte do Estado”, ainda, da falta de perfil de algumas pessoas indicadas para determinados cargos de gestão, como os da direcção do Mosteiro de Alcobaça. “O Mosteiro fica à mercê da política local e à influência pessoal de quem, localmente, não tem perfil para fazê-lo e a confusão nas nomeações são prova disso, tanto a nível do Governo, na CMA, como no IGESPAR onde prima o adágio do: Jobs for the boys”, escreveu o investigador. Paulo Bernardino defende a abertura de “um concurso público para director/a do mosteiro, se possível internacional”, onde os candidatos, além do curriculum científico, “deviam propor um programa de gestão para o Mosteiro”. “Tudo isto devia ser público e transparente. O júri nomeado pela tutela deveria ser competente e internacional, como é normal na UE e como já é hábito nas instituições de Ensino Superior públicas portuguesas”, acrescenta. Sobre o futuro do Monumento, património da Humanidade, para onde é apontada a instalação de um “Hotel de Charme”, Paulo Bernardino defende, em alternativa, e em nome da transparência, a abertura de um “concurso de ideia”, que envolva a sociedade civil e, nomeadamente, “novos artistas e criativos”. Cecília Gil apresentou a demissão do cargo de directora do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, que ocupava desde 2008, após a saída de Rui Rasquilho. Jorge Pereira de Sampaio, técnico superior do Igespar, sucedeu-lhe no cargo.