Francisco Louçã esteve na Capela de S. Gião
Tânia Rocha Não foi a primeira vez que alguns apoiantes do Bloco de Esquerda estiveram junto à Igreja de S. Gião para demonstrarem a sua indignação perante o abandono do monumento, e também exigirem que o “mega plano da marina e o complexo turístico seja precedido de uma avaliação ambiental estratégica”. A nova concentração aconteceu na passado dia 6 de Outubro, e contou com a presença do líder nacional do BE, Francisco Louçã, do deputado da Assembleia da República, eleito recentemente pelo círculo eleitoral de Leira, Heitor Sousa, e de alguns candidatos pelo partido às autárquicas da Nazaré.
“O Bloco de Esquerda exige o restauro, o aproveitamento e a criação de condições de acesso e visita a este importante monumento”. A Capela de S. Gião é um monumento datado ou do séc. VII ou X, sendo o mais antigo monumento do tipo que existe na Península Ibérica. Com um acesso difícil, por um caminho de terra batida todo esburacado, o monumento está situado numa zona de Reserva Agrícola Nacional e Reserva Ecológica Nacional. Fábio Salgado considerou que o concurso público para a concepção da empresa público-privada Nazaré XXI foi “feito à pressa e nos últimos meses do mandato”. O militante do partido ainda referiu que “este espaço é um símbolo, uma marca de um executivo de 16 anos, que esquece o património e a cultura, em detrimento de modernices, que não trazem vantagens nem qualidade de vida às pessoas da Nazaré”. Francisco Louçã salientou que “a preservação e divulgação do património são umas das responsabilidades mais esquecidas das Câmaras Municipais”. O líder do BE realçou também que “o que é histórico deve poder ser vivido no tempo presente, como uma parte da nossa memória”. Por sua vez, António Peixe considerou que “este património deve ser devolvido ao município”, com o objectivo de recuperar o monumento e “a nossa história”. Francisco Louçã ainda mencionou que neste assunto “há uma responsabilidade do Estado e que o Bloco de Esquerda vai estar atento e intervirá sobre esta matéria”. O partido garante que “insistirá na defesa do domínio público e na fiscalização da acção política misturada com negócios”. Esta acção teve como objectivo “denunciar o desperdício que o investimento com a Marina Atlântica configura e a apropriação por privados do espaço público”. A Capela de S. Gião foi classificada como Monumento Nacional em Janeiro de 1986. Actualmente, é da responsabilidade do IGESPAR e está há alguns anos coberta com uma estrutura de zinco, mantendo-se fechada e interdita ao público. Apesar de ter sido anunciada a sua restauração para 2006, continua sem qualquer intervenção de restauro desde há muito.
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