Espectáculo aterra no Cine-Teatro de Alcobaça no dia 11 de Julho David Mariano Não é fácil descrevê-los, especialmente quando estes conseguem ser tanta coisa ao mesmo tempo: circo do futuro, cabaret de estrada, teatro psicadélico, concerto de rock chunga, musical a cheirar a pneu queimado e a uísque de velho saloon (no fundo, tudo aquilo que podia fazer deles um objecto estranho vindo do espaço; mas não, isto vem mesmo do planeta Terra e parece um desgovernado comboio de variedades que saltou fora dos carris para cair num palco perto de si).

É isto (e muito mais), o espectáculo “Gigolo Dance” que irá aterrar no palco do Cine-Teatro de Alcobaça, dia 11 de Julho, pelas 21h 30, e que tem como sub-título “Cabaret Rock Show” (é uma definição possível, mas achamos que não chega para desvendar tudo), evento que ambiciona, além de uma grande produção, ser um concerto ao vivo, um filme (e aqui imaginamos um cruzamento entre o western e o musical com umas pitadinhas de Moulin Roude) e um teatro intenso. Confuso? Nós também, e há mais: “Gigolo Dance” é só a face mais visível de um projecto cultural e artístico bastante mais complexo e abrangente, na verdade trata-se da tournée de um álbum de originais da Custom Circus (e aqui abrimos novo parêntesis: o registo combina rock, blues e vaudeville com música electrónica e industrial, imagine-se). E agora perguntam: o que é a Custom Circus? É precisamente um circo retro-vanguardista originado pelo caldo cultural da nossa época que compõe os seus espectáculos com uma bizarra oferta de números e acrobacias, objectos e veículos motorizados, performance e actuações musicais, fogo de artifício e universo cyberpunk (um Bronco Billy “meets” Mad Max?), entre muitos outros delírios. Contudo, voltemos ao espectáculo “Gigolo Dance”, na tradição pura do cabaret e do rock, este decorre num ambiente sensual, em que as tentações do amor, do sexo, do jogo e do dinheiro se unem para abalar os sentimentos do público, cenário pontuado por actores, bailarinos e músicos que assumem o desafio da vida como uma causa hedonista conduzida ao seu extremo. Não há meio termo por aqui: ora estamos no Inferno de todos os excessos, ora no Paraíso da paixões.