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“Gostaria de fazer da Nazaré uma terra com futuro”

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Vítor Esgaio, vereador da oposição na CMN, pelo Partido Socialista afirmaEntrevista de Tânia RochaRegião da Nazaré – Quais são as principais dificuldades de um vereador da oposição?Vítor Esgaio – Dificuldades pessoais não existem. Um vereador da oposição tem o seu trabalho, mas o trabalho para a autarquia acaba por ser reduzido. Temos de preparar as […]
“Gostaria de fazer da Nazaré uma terra com futuro”

Vítor Esgaio, vereador da oposição na CMN, pelo Partido Socialista afirmaEntrevista de Tânia RochaRegião da Nazaré – Quais são as principais dificuldades de um vereador da oposição?Vítor Esgaio – Dificuldades pessoais não existem. Um vereador da oposição tem o seu trabalho, mas o trabalho para a autarquia acaba por ser reduzido. Temos de preparar as reuniões, apresentar algumas propostas e procurarmos ter as melhores decisões para a Nazaré ter um rumo mais positivo, um futuro mais promissor. Aí sentimos algumas dificuldades, porque o vereador da oposição está afastado de todas as decisões e inclusivamente, afastado de muitas informações. Na verdade, nós desconhecemos grande parte do que se passa na Câmara Municipal. Já cheguei a tomar conhecimento de alguns factos, devido à minha actividade profissional, e não por ser vereador. Já cheguei a saber muitas coisas importantes no Tribunal, quando era dever do presidente nos informar sobre todas as situações. Se nós desconhecemos os factos e as informações, temos alguma dificuldade em ter uma acção positiva nesse futuro promissor, que todos queremos.

R.N. – É normal os vereadores da oposição não conhecerem algumas informações?V.E. – Há factos que, como nem sequer são discutidos em reunião de Câmara, nós não temos conhecimento. Não sei se isto é normal noutras Câmaras, mas presumo que não. Ou melhor, não devia ser normal. Quem está no poder, tenta guardar para si as informações e as tomadas de decisão mais importantes. R.N. – O que é que o concelho da Nazaré ganhou com a eleição de Vítor Esgaio?V.E. – Não sei se ganhámos muita coisa, porque se muitas vezes não conheço as decisões, se as informações são escondidas, acabo por não ter uma posição tão activa, como poderia ter, portanto, quem está no poder acaba por anular a nossa acção. Desta forma, não sei se a população ganhou tanto, como seria do meu desejo. Na verdade, a minha tomada de posição é mais fiscalizadora, do que pró-activa. R.N.- Qual o balanço que faz do seu mandato?V.E. – O balanço que faço é muito negativo. A Câmara Municipal da Nazaré nestes três anos e meio não investiu praticamente nada, o investimento é zero. Aliás, eu diria que a CMN, nos últimos 15 anos, tem tido um investimento nulo, reduzido. O investimento é diminuto face a qualquer outra Câmara no país. É um exemplo pela negativa, e nestesúltimos anos não foi diferente. É por essa razão que o espaço público está na situação em que se encontra. Se não se investe no espaço público, investe-se em quê?R.N. – De quem é a culpa por não haver esse investimento a que se refere?V.E. – Por muito que custe estar a imputar um culpado, essa culpa só pode ser imputada a quem manda. A falta do investimento só pode ser culpa do presidente da Câmara e dos executivos que têm sustentado o seu poder.Contrariamente àquilo que tem sido dito, que nós vivemos em crise, isso não é bem verdade. Fala-se em crise há seis meses. Nestes últimos 16 anos, vivemos em época gorda, em época de “vacas gordas”. Nessa época, todos os municípios investiram muito, têm o espaço público arranjado, mas a Nazaré está completamente degradada. Se nessa época não conseguimos fazer isso, actualmente vamos enfrentar grandes dificuldades, porque no futuro não vamos ter esta época de “vacas gordas” que tivemos num passado recente. Em termos financeiros, o futuro vai apresentar fortes dificuldades. A Nazaré está fortemente endividada, mas todos os dinheiros foram gastos em despesas correntes, a gerir o dia-a-dia.R.N. – Alguma vez foi convidado para trabalhar em conjunto com a maioria partidária?V.E. – Directamente nunca tive nenhum convite. Falou-se em convite, mas nunca tive um convite directamente. Se essa intenção existiu, nunca tomei um conhecimento exacto daquilo que pretendiam de mim. As pessoas muitas vezes, para sustentar o poder, pretendem um “yes man”. Eu não estou disponível para prestar favores a uma maioria, não estou disponível para sustentar o poder à revelia daquilo que eu entendo que devem ser as medidas a tomar para o desenvolvimento da Nazaré. Não estou disponível para sustentar o Eng. Jorge Barroso no poder, sustentando e mantendo este estado de coisas. Mantendo a Nazaré sem no fundo chegarmos aquilo que é necessário, que é o facto de a Nazaré começar a caminhar para um futuro promissor.R.N.- Foi essa a razão que levou a que fosse o vereador José Pires a assumir o pelouro, e não o Vítor Esgaio, visto que já pertencia ao executivo municipal, eleito pela população?V.E. – Não sei qual foi a razão pela qual terá sido o vereador José Joaquim Pires a ser convidado.R.N. – Na entrevista de José Joaquim Pires, foi referido que Vítor Esgaio não assumiu o pelouro. talvez por algumas pressões do partido. Confirma isso?V.E. – Não. Eu nunca acordei trabalhar na Câmara Municipal com vencimento, com pelouro. E não houve nenhum acordo que tivesse tido o meu consentimento expresso, porque nunca existiu um convite directo.R.N. – Mas houve algum convite indirecto?V.E. – Houve pessoas que me chegaram a falar disso, mas sem responsabilidades nesse sentido, não tinham o poder parame convidar. R.N.- O que está a dizer é que muita gente sabia, menos o suposto convidado?V.E. – Nunca o presidente da Câmara me convidou directamente para exercer um pelouro da CMN. Eventualmente, também é do conhecimento dele, que eu não estaria na disposição de constituir uma peça na engrenagem. Só estou na disposição, em qualquer organização, de trabalhar para que a minha intervenção possa ter um efeito positivo. Se a minha intervenção não tem efeito nenhum, é única e exclusivamente mais uma peça na engrenagem, eu nunca aceitarei esse tipo de posição.R.N. – Mas se fosse convidado, isso não seria uma oportunidade para pôr em prática os objectivos do PS?V.E. – Não sei se seria, depende da liberdade com que tivéssemos para trabalhar. Como eu disse há pouco, grande parte destes convites são feitos exclusivamente com a intenção de as pessoas constituírem uma peça na engrenagem, e não com o intuito de marcarem a diferença. Não há uma intenção de dar a liberdade ao indivíduo para que possa marcar a diferença, há apenas a intenção de manter o status quo existente. Assim sendo, se o PS aceitasse este tipo de convite, apenas estava a corroborar na manutenção do estado de coisas, e o PS não está na disposição de colaborar na manutenção do estado de coisas, porque este estado de coisas não é aquele que se quer para a Nazaré. Na Nazaré deve haver mudança. A mudança constitui, por si mesma, o desenvolvimento. Sem a mudança não há desenvolvimento. R.N.- Como são recebidas as suas propostas pela maioria? Há uma real execução das mesmas?V.E. – As propostas são muito mal recebidas. Foram poucas as propostas do Vítor Esgaio que tiveram a aprovação do executivo, quase todas foram reprovadas. Houve também algumas, que para não serem reprovadas directamente, eram alvo imediato de uma proposta alternativa, mas sempre com o intuito de reprovar a proposta inicial. Houve um colega do executivo que afirmou que o PS só estava ali para criar obstáculos. Eu repudio isso completamente, porque é mentira, e a prova disso é que, em momento algum, o vereador do PS votou contra uma proposta que pudesse trazer algum desenvolvimento à Nazaré. O mesmo já não se pode dizer dos vereadores da maioria, porque houve uma proposta do Partido Socialista, de criar um saneamento pluvial alternativo na Nazaré, proposta que foi reprovada, para não sustentar uma proposta que vem do PS. Comete-se o pecado de votar contra uma proposta, porque não é da maioria partidária. R.N.- Consegue enumerar algumas propostas que tenha feito que realmente melhorassem o concelho da Nazaré?V.E. – Não. Não, porque as que não são reprovadas são alvo de uma proposta alternativa. Ou vota-se contra, ou cria-se uma proposta alternativa para anular a proposta da oposição. Estou convicto que houvetrês propostas do PS que foram aprovadas, mas nenhuma delas teve execução. Uma delas foi fazer a requalificação dos balneáriosde praia, outra foi a construção de balneários no Pavilhão de Famalicão, e a última foi uma proposta para beneficiar os balneários do Estádio Municipal, com a criação de um balneário feminino. R.N.- Isto significa que não há um trabalho em conjunto de todo o executivo?V.E. – Não sei se não há um trabalho em conjunto.Aquilo que eu noto é que as propostas são discutidas, mas acabam por ser aprovadas por unanimidade. Desta forma, há a discussão, porque os vereadores da oposição querem contribuir para melhorar as propostas e acrescentar valor, caso a proposta traga desenvolvimento ao concelho. Se assim for,ela é aprovada por unanimidade. Nunca vi, em momento algum, os vereadores criarem obstáculos às propostas que tragam valor acrescentado.R.N.- O que tentou fazer para melhorar o concelho? V.E. – Além das propostas formais que apresento, lembro-me que num debate na rádio, disse que era imperioso mudar algumas coisas na Nazaré, nomeadamente, arranjar a marginal, que é a montra da Nazaré; arranjar todo o espaço público; construir a Marina e o golfe; e construir os Paços do Concelho; por exemplo. O Partido Socialista juntou a uma acta um projecto de marina que nunca, até hoje, foi divulgado pelo presidente.R.N.- Muitas vezes é dito que a oposição tenta travar ou atrasar as propostas que não são da oposição. No entanto, a oposição também diz o mesmo sobre a maioria partidária. O que tem a dizer sobre isto?V.E. – Tem sido amplamente divulgado que muitas das propostas da maioria são aprovadas por unanimidade, por isso não concordo com essa ideia. No entanto, o contrário já não é verdade. A maior parte das propostas da oposição chegam à reunião de Câmara, mas não vingam, ou são reprovadas, ou são alvo de uma proposta alternativa. Em relação ao prorrogar as coisas no tempo, também não é verdade. O presidente Jorge Barroso está há 16 anos na Câmara e esteve sempre em maioria absoluta, por isso,o atraso não pode ser culpa da oposição, como afirmou na moção que apresentou recentemente sobre a Marina.R.N.- Acha que há uma centralização do poder na CMN? V.E. – Acho que há uma centralização material do poder. Materialmente o poder está todo centralizado na pessoa do senhor presidente da Câmara, mas em termos formais, isto não é verdade. Ou seja, há a aparência da descentralização, mas na prática o poder está todo centrado no presidente. O exemplo disso é também a empresa municipal Nazaré Qualifica. Nenhuma decisão é tomada sem a bênção do presidente da Câmara. R.N. – Disse há pouco que “para haver desenvolvimento é preciso haver mudança”. Esse desenvolvimento aconteceria com uma maioria PS?V.E. – Sou suspeito para falar disso, mas tenho a convicção que sim.R.N.- O que mais gostaria de fazer se tivesse oportunidade?V.E. – Gostaria de fazer da Nazaré uma terra com futuro. Para isso seria preciso que nós, os nazarenos, fizéssemos o nosso trabalho, que é completar a bela paisagem que Deus nos deu. Quando isso acontecer, vamos conseguir que a Nazaré tenha futuro.R.N.- Pode divulgar alguma informação sobre o candidato do PS às eleições autárquicas?V.E. – É um pouco cedo para falar nisso nesta entrevista. Ainda não se pode divulgar nada. O PS a nível local, federação distrital e a nível nacional, tem dois candidatos a candidatos. R.N.- Quem são?V.E. – Vamos esperar um pouco mais. Será do conhecimento público, em breve. Um deles será o candidato. Em Maio deverá ser anunciado.R.N.- O Vítor Esgaio está disponível? V.E. – O Vítor Esgaio está disponível para aquilo que seja melhor para a Nazaré.R.N.- Isso implica ser candidato?V.E. – Pode implicar, vamos ter de esperar.R.N.- Mas quer continuar como membro do executivo na Câmara Municipal?V.E. – O futuro o dirá. Vamos ver o futuro.R.N.- Acha que a comunicação social o trata de igual forma, comparativamente aos outros membros do executivo? V.E. – Acho que a comunicação social está muito condicionada.Não está em causa o tratamento diferente entre os vereadores. Toda a comunicação social está condicionada ao poder executivo, toda ela, não é só o Região da Nazaré. R.N.- Mas nota algum tratamento diferente nas notícias que são divulgadas? O jornal não dá voz a todos os membros do executivo?V.E. – Tem muita. Acho que o jornal não trata da mesma maneira as notícias da oposição, em comparação com as notícias divulgadas pela autarquia. Há um intuito eleitoralista, não só do Região da Nazaré, mas também do Região de Cister e da Rádio Nazaré. R.N.- Acompanha todas as edições dos jornais e da rádio? Está a dizer que esse tratamento é propositado? Ou será por ser a maioria a executar e divulgar mais coisas, que tem uma cobertura na mesma proporção? V.E. – Acompanho. Existe um pouco das duas coisas. Acho que por um lado é natural, porque há um gabinete de imprensa na Câmara Municipal que procura de imediato divulgar, com esse intuito eleitoralista, todas as acções que acontecem, e também acho que há uma intenção de todos esses órgãos de comunicação de estarem com o poder. No entanto, esta é uma crítica que podemos fazer a todos os órgãos de comunicação social, mesmo aos nacionais, mas no caso dos meios de comunicação regionais, a tentação é mais forte, também devido às proximidades, relações de amizade e afectividade. Estes condicionalismos existem, e existem de uma forma muito significativa. R.N.- O que acha que a população pensa de si, como político?V.E. – A população na generalidade tem uma má imagem dos políticos. O que pensam de mim exactamente, não sei. Tento mudar essa imagem geral, com a minha postura, não com discursos. R.N.- Quais os pontos fortes e pontos fracos do seu desempenho? Como se avalia?V.E. – Tenho muita dificuldade em fazer uma auto-avaliação, porque as auto-avaliações ou pecam por modéstia a mais, por uma aparente modéstia, ou pecam por um auto-elogio. Deste modo, eu não quero fazer, nem uma coisa, nem outra. Os pontos fortes são a busca incessante de melhorar as propostas apresentadas pela maioria, e também as propostas apresentadas pelo vereador Vítor Esgaio, além de procurar nas reuniões fazer uma análise cuidada das questões. Os pontos fracos são constituídos pela incapacidade que nós temos para alterar o estado de coisas, que muitas vezes nem o conhecemos. Há muitas situações que se passam no concelho que nós nem sequer chegamos a ter conhecimento, porque o presidente não nos transmite. R.N.- Muitos dizem que o PS tem a casa desarrumada. Acha que isso vai prejudicar o partido nas próximas eleições?V.E. – Eu julgo que não vai ser prejudicial, porque estou convicto que o PS não tem a casa desarrumada, tem a casa arrumadíssima. Está tão arrumada que há uma concertação significativa entre a Concelhia do PS, Federação Distrital e a Nacional. Isto significa que temos a casa arrumada. Já há pouco referi que há dois candidatos a candidatos, e estamos na disposição de escolher o melhor para a Nazaré. Se com isso querem dizer que não há unanimidade no PS, é verdade, há posições diferentes, mas foi a Concelhia do PS que escolheu os dois candidatos a candidatos.R.N.- O PS mostrou interesse em trabalhar com António Trindade?V.E. – O Vítor Esgaio, enquanto militante do PS, manifestou a António Trindade o interesse em trabalhar com ele. Essa intenção existe, foi manifestada e é reafirmada. Claro que não se pode dissociar o militante do presidente da Comissão Política, mas isso não é a Concelhia no seu todo. Não há uma decisão formal da Comissão Política nesse sentido, mas existe a vontade do militante e presidente Vítor Esgaio, nesse sentido. Não existe uma decisão da Concelhia, que afirme a vontade de trabalhar com António Trindade, mas também não existe o contrário, porque essa questão nunca chegou à Comissão. R.N.- Apesar de essa intenção não ter sido formalizada, qual foi a reacção dos outros militantes? A Concelhia vai formalizar essa intenção? V.E. – Também vamos ter de esperar para saber isso. Há militantes que concordam, outros que podem não concordar, mas aceitam, e naturalmente que haverá um ou outro militante que não concorda.R.N. – Quer acrescentar mais alguma coisa?V.E. – Não.

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