António SalvadorVereador da Câmara Municipal da NazaréConsiderando o discurso dos mais altos responsáveis do nosso país (e de outros países e organizações), incluindo os do Sr. Presidente da República e do Sr. Primeiro-Ministro, o ano de 2009 vai ser difícil.Vai ser difícil para o País, para as empresas e empresários, grandes e pequenos, mas sobretudo para todos os que dependem de um emprego. Só se manterá o emprego das pessoas se as empresas funcionarem bem, e estas dependem das encomendas e do bom funcionamento do mercado comercial, isto é, sobretudo, do consumo, ou seja do que nós compramos. É um mercado global, mas cada vez mais, único. A crise de uns é a crise de todos!

Por isso, para termos uma Sociedade mais desenvolvida, temos de ter boas empresas e uma classe média forte, pois é esta que produz e consome. Ou seja, o desenvolvimento do País depende de todos e de cada um de nós!Mais preocupante do que a crise financeira ou económica, é uma crise social. Por isso, temos de salvar os empregos das pessoas, salvando os seus postos de trabalho, isto é, temos de apoiar as empresas que possam assegurar os postos de trabalho, evitando que as pessoas percam os seus empregos. Isso depende de todos nós (e do Estado)! Este ano, o mais importante é manter e criar postos de trabalho!Vamos ter um 2009 com alguma redução de encargos, em taxas e impostos, com juros mais baixos (no crédito à habitação, e não só), com combustíveis mais baratos e com vários apoios às empresas e às famílias (que é preciso reforçar)! Mas o maior desafio é assegurar o emprego e o rendimento das famílias (pelo trabalho) para as pessoas resistirem melhor às dificuldades e acreditarem que “melhores dias virão” (“depois da tempestade, vem a bonança”).Não sabemos se as medidas que estão a ser tomadas são suficientes para reduzir a crise no tempo. Mas não temos outra alternativa senão resistir e lutar, encontrando soluções para cada uma das dificuldades que existirem pelo caminho, tendo presente que “o que não nos derrota, torna-nos mais fortes”!Nunca como agora foi importante trabalhar em conjunto, pondo em prática soluções preventivas de apoio social, e concertando a acção do Poder Central e do Poder Local. Como os recursos dos Municípios são limitados, cabe ao Governo agir, sobretudo em termos globais, com medidas preventivas e activas que evitem uma crise social.Hoje, como antes, as medidas passam por uma receita única: obras um pouco por todo o lado e apoios às empresas e às famílias de menores recursos. São medidas que permitem lançar dinheiro na economia real, de onde tinha “desaparecido” por causa dos sucessivos “apertos de cinto” (peso dos impostos), revelando que os Cidadãos e as Empresas não podem ser tão sobrecarregados com impostos: há um limite para tudo!Nalguns países, com uma Economia de Mercado relativamente liberal, foram cometidos excessos privados (a cobiça e a ganância) e excessos públicos (o poder público devia regular as disfunções do mercado, vigiando e defendendo o interesse dos Cidadãos, e isso não foi feito (continua a não ser!?), quando todos nos faziam crer que era) …Têm de se apurar responsabilidades, privadas e públicas, e têm de se corrigir defeitos no sistema, mantendo as suas virtudes, e nós temos de acreditar que iremos atravessar a tormenta e construir uma Sociedade melhor para todos!Como noutras crises, estamos num momento de aparentes contrastes: quem puder investir (poucos) deve aproveitar as boas oportunidades que a crise lhes proporciona e investir em boas empresas e negócios (ajudando a economia a funcionar e a criar novos postos de trabalho); quem não puder investir (muitos) deve procurar resistir a esta crise com a noção de que melhores tempos virão! (temos de acreditar em nós e no poder de regenerar)!Em qualquer caso, o mais importante é ter a noção que temos de manter os empregos para garantir o rendimento das pessoas e das famílias, custe o que custar, reforçando a nossa classe média! É essa a nossa responsabilidade, e é esse o ingrediente mais importante para criar uma Sociedade Desenvolvida, justa para todos!