Depois do fracasso da “maior metamorfose de todos os tempos”David MarianoJosé Gonçalves Sapinho, presidente da Câmara Municipal de Alcobaça (CMA) decidiu pôr fim ao processo contra o mágico Luís de Matos na sequência do fracasso da sua actuação na noite de 6 de Julho frente ao Mosteiro de Alcobaça onde, relembre-se, o artista português havia prometido “A Maior Metamorfose de Todos os Tempos” de forma a celebrar a eleição do monumento como uma das 7 Maravilhas de Portugal. Contudo, se a “metamorfose” acabou por não ser mais do que uma “metáfora” (Luís de Matos acabaria por fazer do seu número de libertação de um simples colete de forças uma alusão à transformação das lagartas em borboletas), a verdade é que também não passou da repetição de um truque executado anteriormente já por três vezes pelo próprio ilusionista.

O facto frustrou não apenas os milhares de alcobacenses presentes naquela noite, sobretudo, por ter custado 180 mil euros aos cofres municipais, como muitos outros visitantes que se haviam deslocado de vários pontos do país para assistir ao feito. Gonçalves Sapinho veio agora considerar que o “negócio global” foi positivo, invocando a seu favor a atribuição recente ao Município de Alcobaça do prémio “Eficácia Publicitária”, devido à campanha que culminou na eleição do Mosteiro como Maravilha de Portugal. Este prémio, atribuído ao Município de Alcobaça, no dia 17 de Novembro, no Casino Estoril, foi entregue durante uma gala organizada pela Associação Portuguesa de Anunciantes.Esta decisão da CMA acabou por ser comunicada durante a Assembleia Municipal do dia 12 de Dezembro, decorrida no Auditório da Biblioteca Municipal, através de uma resposta feita ao deputado municipal Adelino, na qual o líder da autarquia revelou ter-se encontrado com o advogado de Luís de Matos, com quem concluiu que a contratação do mágico deveria ser entendida como um “negócio global”, e que apesar da “frustração” que representou o seu número em frente ao Mosteiro de Alcobaça, “o saldo final é positivo.”Se numa primeira altura, o líder da autarquia chegou a considerar um acto de má-fé da parte do mágico Luís de Matos, o que o levou a remeter o caso para o departamento jurídico da autarquia, Sapinho admite neste momento que“Luís de Matos foi a peça mais importante da campanha” que terminou com a eleição do Mosteiro de Alcobaça, a par do Mosteiro dos Jerónimos, Torre de Belém, Mosteiro da Batalha, Castelo de Guimarães, Castelo de Óbidos e Palácio Nacional da Pena.