Apesar da crise financeira no mundoNum período em que os efeitos da crise financeira já evidenciam sinais claros de impacto negativo sobre a economia real, este período fica marcado por um conjunto de eventos importantes ao nível do domínio macro e micro-económico. Relativamente ao primeiro ponto de vista, realce para as medidas tomadas por um conjunto de entidades reguladoras e respectivos bancos centrais destinadas a fomentar um maior grau de liquidez e confiança no sistema interbancário monetário. Desta forma, quer o FED quer o próprio BCE realizaram um conjunto de cortes relativamente pronunciados da respectiva taxa de juro directora, sendo que estas situam-se presentemente nos 1% e 3,25% respectivamente. Adicionalmente, diversos países seguiram o exemplo dos EUA e da UE, visando prestar garantias sobre o funcionamento do sistema financeiro, tendo igualmente, no caso do Executivo Chinês, anunciado um conjunto relevante de políticas de estímulos à economia local. Para além deste conjunto de factores que de alguma forma suportaram o comportamento dos índices accionistas, refira-se ainda que as eleições presidenciais norte-americanas conferiram alguma animação suplementar aos mercados financeiros.
Na esfera micro-económica, o destaque pertence à evolução da earning season referente ao 3Q08 que nos EUA se encontra praticamente no seu epílogo, Efectivamente, com cerca de 85% dos resultados do S&P 500 neste período já conhecidos, os lucros das respectivas empresas registaram uma contracção de 12,5% face a período homólogo, ainda que se excluír o sector financeiro, os lucros nessa base teriam aumentado cerca de 10% . Esta situação acaba por demonstrar que a crise financeira alastra-se progressivamente aos diversos sectores da actividade económica, sendo de esperar que esta situação se deteriore, em particular com o incremento da taxa de desemprego, uma situação que já se observa de uma forma evidente nos EUA, mas que ainda se encontra relativamente estável no bloco Europeu.Em Portugal, realçamos também os números trimestrais apresentados por um conjunto de players relevantes, em particular do sector financeiro que continua a espelhar dificuldades relativamente evidentes, nomeadamente ao nível da evolução dos rácios de capital. Refira-se apenas que esta situação poderá agravar-se no nosso país, em particular depois do Governo, na sequência da recente nacionalização do BPN, ter alertado para a necessidade dos bancos a operar em Portugal apresentarem níveis de rácios de capital mais sólidos, nomeadamente o rácio Tier I que não deverá ser inferior a 8% .ResearchBanco BiG
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