Carlos BarrosoO comando distrital da Guarda Nacional Republicana possui um sistema inovador de vídeo vigilância na prevenção e combate dos fogos florestais. Este sistema pioneiro no país está a ser implementado e consiste na detecção dos focos de incêndio e assim que surgem, são enviados meios adequados para o local em perigo, indicado através do cruzamento das coordenadas fornecidas pelas câmaras.O processamento da informação é feito a partir da Sala de Situação do Grupo Territorial de Leiria da GNR, onde estão militares em permanência 24 horas por dia, já que as câmaras de vídeo vigilância mantêm a operacionalidade durante a noite, por estarem dotadas de um sistema de visão nocturna.
Actualmente estão em funcionamento três câmaras, uma nas serras dos Candeeiros e do Conde e outra na Usseira, concelho de Óbidos. Há ainda uma outra câmara colocada na torre do posto da GNR da Batalha. A médio prazo serão colocadas mais onze, em vários locais do distrito, para que a distância entre elas seja inferior a 30 quilómetros.As câmaras fazem uma rotação de 360 graus e têm um alcance de 20 quilómetros com alguma qualidade, sabendo-se que a colocada na Usseira, com bom tempo visualiza a ilha das Berlengas. Este sistema está licenciado pela Comissão Nacional de Protecção de Dados, o que significa que “estão acauteladas todas as normas e procedimentos de salvaguarda dos interesses e liberdades das pessoas”, declarou o tenente-coronel, salientando que se trata de “um instrumento útil à comunidade. É usado apenas por pessoas credenciadas para o fazer”. Para garantir a privacidade dos cidadãos as câmaras estão dotadas de filtros especiais, já que o operador ao aproximar a imagem de um determinado objecto ou local, perde definição e fica quadriculada.Os equipamentos funcionam em “modo de ronda”, com um trajecto pré-definido, ou em “modo manual”, caso o operador de serviço pretenda assumir o comando, que também é partilhado com os operadores do CDOS de Leiria.A criação desta Sala de Situação, a única no País, já mereceu os maiores elogios do ministro da Administração Interna, Rui Pereira e do seu secretário de Estado.“Havia que criar um gabinete com informação sobre a localização e disponibilidade dos meios de detecção e combate dos fogos”, disse o tenente-coronel Alberto Pinheiro, comandante do Grupo Territorial de Leiria da GNR, explicando que “há um conjunto de parceiros, desde escuteiros a sapadores e nós precisamos de saber onde estão e o que estão a fazer”.Com este sistema surgiu ainda um novo desafio que é “detectar um foco de incêndio em dois minutos e combatê-lo em 20 minutos”, explicou. A Sala de Situação tem tido várias evoluções consoante os desafios e por isso está dotada da última tecnologia digital, funcionando também em parceria com o Centro de Comunicações do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), que equipa todas as forças de segurança do distrito de Leiria desde o segundo semestre de 2007.Este sistema pode ainda ser melhorado e agregado a outros sistemas de segurança, mas actualmente além de fazer parte da prevenção a fogos florestais permite também detectar o exercício da caça ilegal.
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