Trindade e Salvador de “costas voltadas”Proposta de António Trindade causa mal-estar no executivoClara BernardinoNa última reunião do executivo camarário, o vereador António Trindade, em nome do Grupo de Cidadãos Independentes, apresentou uma proposta que visava, essencialmente, que fossem feitas actas das reuniões ocorridas entre os elementos que representam a Câmara e as diversas entidades do poder central, designadamente na CCDR, no âmbito dos Planos de Ordenamento do Território. Para o efeito, o Vereador propôs que o Chefe de Gabinete do Presidente acompanhasse os políticos (Presidente e Vereadores Salvador e Pires) para redigir actas dessas reuniões, com vista a informar com rigor os restantes elementos do executivo sobre o que se passa nessas reuniões. A indicação do nome do Dr. Carepa era justificada por ser “de Direito” e, consequentemente, estar apto a fazê-lo, para além de destacar a verticalidade do seu carácter e a sua “seriedade”.
António Salvador, ex-número dois do GCI, reagiu questionando as razões que levaram Trindade a fazer esta proposta e se este estava a colocar em causa a sua honestidade ou a do Vereador Pires e do Presidente, ou mesmo a dos técnicos da autarquia que acompanham algumas reuniões, dizendo que se considerava “insultado” com aquele tipo de insinuações e com o “clima de suspeita” que a atitude de Trindade estava a criar, confrontando-o com a apresentação de um “pedido de desculpas” e de que estaria a lançar suspeitas também sobre as pessoas que representam o Poder Central nessas reuniões.Explicou, ainda, ao Vereador Trindade que as actas, quando existem, são da responsabilidade do órgão onde as reuniões decorrem e perguntou-lhe “o que pensariam as diferentes entidades se lhes exigíssemos actas, ou se levássemos alguém para as redigir”? Além disso, referiu ainda que os vereadores têm sido informados dos resultados dessas reuniões, descrevendo exemplos de recentes reuniões do executivo onde, a propósito dos Planos em curso, ele próprio os tinha informado.António Trindade contou com o apoio de Reinaldo Silva quando este procurou livrar de más intenções as palavras do líder do GCI, e se referiu a ele como “novato” nas relações com entidades do poder central, acrescentando que o vereador Salvador até podia ter alguma razão na sua reacção, mas que o vereador Trindade não teria intenção de atingir a dignidade das pessoas em causa, tendo também esclarecido que, de facto, a elaboração das actas dependia dessas entidades…Salvador afirmou ainda que colocava ao mesmo nível a seriedade do Sr. Chefe de Gabinete, do Sr. Presidente e a dos Vereadores visados, referindo que Trindade, sem qualquer fundamento, estava a lançar dúvidas e suspeitas sobre várias pessoas e entidades em matérias em que existe total transparência e informação, posição em que foi secundado por Pires e Jorge Barroso.Pires referiu também que não admitia qualquer tipo de suspeita sobre ele e sobre a sua “seriedade” e que estava ali para defender os interesses do Concelho. Barroso reforçou estas posições e disse estar perante uma “atitude pidesca” de Trindade, e que se recusava a votar uma proposta daquelas.Trindade acabou por retirar a proposta.
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