Q

Previsão do tempo

13° C
  • Sunday 14° C
  • Monday 14° C
  • Tuesday 16° C
14° C
  • Sunday 13° C
  • Monday 13° C
  • Tuesday 16° C
14° C
  • Sunday 13° C
  • Monday 12° C
  • Tuesday 17° C

Clã mostram a melhor “Cintura” do rock nacional

EXCLUSIVO

ASSINE JÁ
No terceiro aniversário do Cine-Teatro de AlcobaçaDavid Mariano Apesar de quinze anos de carreira (e apesar de uma carreira que já tem inscrita a sua marca na história da música nacional), os Clã não gostam de olhar para o passado e a prová-lo há cerca de quinze anos que andam a fazer discos e canções […]
Clã mostram a melhor “Cintura” do rock nacional

No terceiro aniversário do Cine-Teatro de AlcobaçaDavid Mariano Apesar de quinze anos de carreira (e apesar de uma carreira que já tem inscrita a sua marca na história da música nacional), os Clã não gostam de olhar para o passado e a prová-lo há cerca de quinze anos que andam a fazer discos e canções como se não houvesse ontem e só houvesse amanhã. “Cintura”, o quinto e último registo de originais desta banda portuense, mostra isso e muito mais, como ficou demonstrado anteontem à noite, dia 12 de Novembro, no terceiro aniversário do Cine-Teatro de Alcobaça desde que abriu remodelado as suas portas ao público.

Em palco esteve uma formação livre e descomplexada, apostada em revelar a veia lúdica e intuitiva do novo trabalho – os Clã exploram hoje no rock a mesma alegria que um grupo de crianças descobre num parque infantil –, mas sem negligenciar os êxitos do passado e piscando ao olho aos numerosos fãs que em década e meia guardaram as letras e o refrões numa gaveta especial da memória. Afinal, o passado estava o lá e fazia todo o sentido: “GTI (Gentle, Tall & Intelligent)”, “H2omem”, “Sopro do Coração”, “Dançar na Corda Bamba”, “Topo de Gama” ou “Novas Babilónias” pontuaram um concerto com perto de duas horas e três generosos encores (com direito a um tema inédito no final somente reservado aos espectáculos ao vivo: “Compra Eu”).E contudo, talvez não se adivinhasse tarefa fácil aos Clã após um álbum tão aclamado pelo mercado e pela crítica como “Rosa Carne” – obra determinante no percurso do grupo e cuja fasquia seria difícil igualar. “Cintura” enveredou (óptima decisão) por outros caminhos: uma divertida e bem humorada auto-consciência, composições simples e dinâmicas, uma atitude sem preconceitos (os Clã apesar de tudo não têm nada a esconder e isso só lhes fica bem), e claro, canções, canções e mais canções com um remetente óbvio: a alma do ouvinte. Não nos enganamos muito: “Tira a Teima”, “Adeus Amor (Bye Bye)” e “Vamos esta Noite” tornar-se-ão clássicos instantâneos. Quem foi ao Cine-Teatro de Alcobaça, viu espontaneidade e viu a vocalista Manuela Azevedo corresponder à sua fama de fera do palco – uma fera que tão depressa mostra as garras como de repente sussurra segredos íntimos ao ouvido dos espectadores. Há cúmplices nesta história (e nisto não eles não fazem segredo nenhum), tais como letristas e as principais colaborações mantidas desde “Rosa Carne”, entre eles Carlos Tê, Adolfo Luxúria Canibal, Arnaldo Antunes e Regina Guimarães. Os resultados são óbvios: não haverá muitos como eles a cantar em português desta maneira ou quem atente esboçar por vezes um retrato subtilmente crítico e caricatural desta pequena e tristonha sociedade portuguesa. Os Clã querem dar cor à vida e brincar (no sentido literal do termo) com o que ela tem a oferecer durante o curtíssimo prazo de validade de três dias que ela nos oferece (e perdoem-nos o cliché). Não espanta, portanto, que se tenham despedido de Alcobaça a navegar em barcos e a lançar aviõezinhos de papel na direcção de uma assistência praticamente repleta. Na bagagem levam o que sempre souberam fazer melhor: rock de alto calibre e um lirismo inexpugnável. E, sim, quinze anos de carreira no pêlo, mas isso ainda não se nota, nem sequer lhes pesa e não demos conta da idade (a nossa incluída) no meio do recreio em que foi o concerto dos Clã.Três anos a promover a culturaRui Morais, programador do Cine-Teatro de Alcobaça, não tem dúvidas. Em três anos de actividade, o espaço “”afirmou-se como uma das salas de espectáculos do país.” “Digo do país, pois além da programação regular que vamos apresentando todas as semanas, temos conseguido trazer a Alcobaça alguns artistas da cena internacional, casos de Michael Nyman, Wim Mertens, Brad Meldhau na música ou Maitê Proença no teatro; só para falar de alguns. Por outro lado, o Cine-Teatro é hoje a sede de um conjunto de festivais com relevância nacional: Cistermúsica (que vai para a sua XVI edição), Marionetas na Cidade e agora também o International Exchange Festival (Festival de Dança de Alcobaça cuja primeira edição está a decorrer), além das extensões que recebemos dos melhores festivais de cinema do país, como por exemplo o Indie Lisboa e o DocLisboa.”Desde a remodelação há três anos atrás, o Cine-Teatro de Alcobaça tem conquistado uma média de 30 mil espectadores por ano, o que produziu uma média mensal superior a 2200 pessoas e uma média por espectáculo superior a 50% da lotação da sala (em 2006, por exemplo, a média era de 166 pessoas). Não deixam de ser números positivos, mas perguntámos se é possível melhorar. Morais aponta dois objectivos para tal: “programar espectáculos de qualidade – e o desafio hoje é conseguir trazer regularmente artistas e companhias de nível internacional – e promover melhor o Cine-Teatro: melhor comunicação institucional e mais publicidade.”Os desafios, no fundo, são os mesmos do início: “provar que a cultura e o turismo cultural são áreas de futuro e que podem ser mais-valias na afirmação do concelho de Alcobaça. Neste contexto é possível, com um orçamento razoável, conseguir trazer a Alcobaça alguns dos melhores artistas mundiais e, consequentemente, trazer milhares de pessoas a Alcobaça.” E os obstáculos? “Obstáculos são os que derivam de nem todos terem percebido isto.”

(0)
Comentários
.

0 Comentários

Deixe um comentário

Artigos Relacionados

Carnaval de Alcobaça – Folia & Algazarra 2025

De 28 de fevereiro a 5 de março, o "Carnaval de Alcobaça - Folia & Algazarra", junto ao Mosteiro de Alcobaça, vai invadir a cidade com muita música, alegria, "doces surpresas" e encontros de gerações felizes. O tema "FOLIA AÇUCARADA" proporciona um Carnaval...

caraval alc

CHITA com rota alargada em Março e gratuita através do novo Passe M

Em 2025, a "CHITA" entrará numa nova fase, com novas rotas alargadas além da cidade, às freguesias de Aljubarrota, Bárrio, Maiorga e Évora de Alcobaça. A sua gratuitidade será mantida através da sua integração no novo "Passe M", lançado pela Comunidade...

Chita

São Brás deu pontapé de saída para o Carnaval da Nazaré

A Romaria ao Monte de São Bartolomeu, festa profano-religiosa denominada de ‘São Brás’, juntou centenas de pessoas junto ao Monte de São Bartolomeu, na segunda-feira, 3 de fevereiro. O evento juntou, à semelhança do que já é comum, centenas de pessoas junto ao...

Sao Bras 1