TRIANGULANDO

Rogério Raimundo

Vereador PCP C.M. Alcobaça

DESEMPREGO. Começo a triangular com esta palavra terrível, de vida dura e sinal de que estamos muito longe do que sonhámos em 1974: Paz, pão, habitação, saúde, pleno trabalho… Os títulos dos jornais, que servem o lado do governo, expressam um contentamento, arrepiante, com a baixa de desemprego em 0,5% , em relação ao trimestre anterior. Lendo, atentamente, os dados do I.N. Estatística, ficamos a saber, que tudo é negativo: continua o flagelo nacional de, quase, meio milhão de portugueses e até aumenta 0,6% (mais 35 mil trabalhadores sem emprego) em relação ao trimestre homólogo de 2006. Todos conhecemos amigos a emigrarem que não entram nestas estatísticas! Depois, é importante reparar: mais de metade dos que vivem o desgosto de estarem desempregados, são de longa duração. Este país tem mais miséria social no campo do emprego: um milhão de Portugueses está com trabalhos precários, com recibo verde, sem férias, a descontar quase metade do que recebem e com anos e anos a prestarem os serviços na mesma empresa. Mais grave ainda: estado e autarquias estão a dar esse péssimo sinal ao privado, contratando infinitas empresas, que prosperam, explorando a força de quem trabalha, como intermediárias de mão-de-obra! Terminando este ponto, para agravar, estamos num quadro político de recessão, de maior custo de vida, com o governo PSócrates a fomentar o decréscimo dos apoios sociais para quem está sem emprego, muitos destruídos psicologicamente, por não se sentirem úteis à sociedade. Daí que tantos lutem por: Trabalho sim, desemprego não!

DEMAIS. Esta época tem cenas refinadas de exploração: é demais para quem tem menos! Os bancos e entidades que servem créditos, a juros altíssimos para ainda desgraçar mais o povo aflito, tiveram, aparentemente, um baque, que gerou, na bolsa, perdas imensas, astronómicas em poucos dias, das empresas que têm títulos. Ameaça ser um novo “crash” bolsista. De imediato quem paga a crise? Sempre o povo que tem empréstimos de habitação e outros. Dizem que é o “subprime – crédito hipotecário de alto risco”dos EUA. Pelos vistos era mesmo de risco e chegou-se ao fundo, com o não pagamento, com o crédito mal parado de muitos biliões de dólares… Lá como cá aliciavam os pobres, com propaganda na televisão, para comprar o carro, a mota a prestações facílimas e pelo telefone. Bem vimos na “nossa” televisão, nos jornais, o mesmo processo de “roubo legal, democrático,” permitido para empréstimo imediato, a juros escondidos, mas claramente glutões. Quem entra na esparrela? O pobre, o mais fraco, o que está desesperado. O capitalismo, mesmo com as diferentes faces pseudo democráticas está a mostrar pormenores do que sempre fez: injustiça, colocando os ricos mais ricos e os pobres mais pobres. Portugal na Europa está nesse caminhar de campeão da desigualdade social. Temos que participar e lutar, muito mais e melhor, por um mundo mais justo! DENTADA. Para terminar o triangular vamos dar uma dentada, com casca, positiva, na saúde contra a obesidade, na qualidade, no saber divulgar uma boa marca: a Maçã de Alcobaça. É muito agradável vermos promover bem a nossa terra, os nossos produtos, através dos nossos “ECOA”: Embaixadores do Concelho de Alcobaça. Felizmente temos muitos bons embaixadores da nossa região de Alcobaça e Nazaré que, no futuro, poderão seguir este excelente exemplo das dentadinhas, sedutoras, para a nossa saúde!!!