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Cistermúsica encerrou o ano com bailado da CeDeCe

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“Missa Crioula” A 15.ª edição do Festival Cistermúsica iniciou-se em 2007 com um fio condutor: “Viagem ao Velho Continente” e encerrou no último domingo à noite, dia 20 de Agosto, nas escadarias do Mosteiro de Alcobaça com música do “Novo Mundo”. “Missa Crioula”, espectáculo encenado pela companhia de bailado CeDeCe, sedeada na cidade há cerca […]

“Missa Crioula” A 15.ª edição do Festival Cistermúsica iniciou-se em 2007 com um fio condutor: “Viagem ao Velho Continente” e encerrou no último domingo à noite, dia 20 de Agosto, nas escadarias do Mosteiro de Alcobaça com música do “Novo Mundo”. “Missa Crioula”, espectáculo encenado pela companhia de bailado CeDeCe, sedeada na cidade há cerca de três anos, foi concebido pelos directores Maria Bessa e António Rodrigues (este último também autor da cenografia e dos desenhos de luz). Para esta companhia de dança contemporânea, a evocação da produção do compositor argentino Ariel Ramirez foi também uma viagem no tempo até aos dias da sua fundação: em 1991 a CeDeCe estreava-se no Fórum Municipal Luiza Todi em Setúbal com esta mesma partitura.

Apesar do vento frio que se fez sentir, o calor do espectáculo prendeu uma plateia repleta em frente ao palco montado na praça 25 de Abril, aliando a forte visão sagrada da composição (inspirada em música e ritmos tradicionais latino-americanos) a uma sensível dimensão visual cruzada por textos recitados em castelhano (elaborados pela Comisión de las Iglesias de América Latina logo após o Concílio Vaticano II ter permitido a tradução das missas em língua vernácula a partir do latim). Durante pouco menos de uma hora, “Missa Crioula” cumpriu plenamente o princípio que moveu a sua reposição: colocar “o Homem perante si próprio.” E perante o mosteiro e a abóbada de uma noite sem nuvens o local não seria mais perfeito. Coreografia exemplar, virtuosamente encarnada pelos bailarinos, desceu-se por aqui à carne e ao espírito de diversas interrogações universais humanas, não apenas como acto redentor, mas igualmente através da acção criadora de um bailado versátil e segmentado. Povoado por um profundo simbolismo religioso, não faltou a esta reprodução de Ariel Ramirez um aplicado figurino cristão: monges, devoção cristã, máscara interiores e, no centro, a fé. É provável que arrisquemos o exagero, contudo, nunca estivemos tão dentro (e tão perto) de uma “missa contemporânea”. Quanto ao que ficou para trás, houve muitos destaques no Cistermúsica deste ano: a passagem de várias orquestras (Orquestra Algarve, Sinfonietta de Moscovo, Orquestra Metropolitana de Lisboa e Orquestra Académica Metropolitana), a presença do violinista Augustin Dumay, a actuação de formações como o Trio Hantai (França), Orlando Consort (Reino Unido) ou o Quarteto Carducci (Irlanda) e um par de encomendas feitas a Nuno Corte-Real e a Carlos Marecos. Não apenas, três instrumentistas alcobacenses representaram ainda o concelho: António Campos (percussionista), Sérgio Carolino (tubista) e António Rosa (clarinetista), enquanto os mais pequenos tiveram uma dedicatória especialcom a acção “Pequenos Violinos da Metropolitana”. Serão eles, um dia, os “contemporâneos” do Cistermúsica. DM

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