Alexandre Delgado, Gonçalves sapinho e Rui Morais na apresentação do Festival.
Em ano de celebração de meio século do Tratado de Roma Na edição de 2007 do “Cistermúsica” vão ser editados quatro discos e iniciada uma “Viagem ao Velho Continente” O “XV Cistermúsica / Festival de Música de Alcobaça” apresenta a programação mais vasta e ambiciosa de sempre, alargando-se a vários pontos do concelho, decorrendo a partir do próximo dia 20 e prolongando-se até 19 de Agosto. O programa do festival inclui actuações da “Orquestra do Algarve”, “Trio Hantai”, “Sinfonietta de Moscovo”, “Carducci Quartet”, “Pequenos Violinos da Metropolitana”, “Orquestra Metropolitana de Lisboa”, “Orquestra Académica Metropolitana”, “Saxofinia”, “The Orlando Consort”, “Academia de Música de Alcobaça”, “Quarteto com Piano de Moscovo” e os alcobacenses António Rosa, Manuel Campos e Sérgio Carolino, estando o encerramento do festival a cargo da companhia “CeDeCe” que apresentará o bailado “O Musical”.
Apresentando em conferência de imprensa realizada no passado dia 30 de Abril, na qual marcaram presença Gonçalves Sapinho e Alcina Gonçalves, presidente e vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Alcobaça (CMA), respectivamente, Alexandre Delgado, director artístico e Rui Morais, director executivo do evento. Para Gonçalves Sapinho, a edição 2007 “Cistermúsica” deu “um salto gigantesco”, deixando de “ter natureza caseira na concepção e projecto, tornando-se uma aposta ganha na cultura do concelho, atingindo públicos de natureza regional e nacional”. Para o autarca, foi a presença e o trabalho de Alexandre Delgado e de Rui Morais “que contribuiu para que esse salto fosse dado”. Gonçalves Sapinho acredita que com o aumento do período de duração do festival “ganhar-se-ão novos públicos”. Acentuando que “vai continuar a apoiar a cultura apesar das dificuldades financeiras”, porque a considera “uma fonte de investimento, de rendimento e de multiplicação”, Gonçalves Sapinho salienta que enquanto “muitos olham para a cultura como um gasto, eu penso exactamente o contrário”. Orçamento de 65 mil euros Ainda a aguardar a aprovação de uma candidatura a financiamento apresentada ao Instituto das Artes (IA) e Ministério da Cultura (MC), Rui Morais adiantou que o festival apresenta-se com um orçamento de 65 mil euros, tendo a CMA assegurado uma comparticipação de 50 mil euros e apoio logístico, num montante global no qual não está contabilizado um eventual apoio por parte do MC. Em relação ao orçamento da edição de 2006, verifica-se apenas um aumento de 5 mil euros, mas que possibilitou – em conjunto com a parceria estabelecida com o “Festival de Música de Castelo Branco” e com a “ArtemRede” -, o aumento de sete para 12 concertos. Rui Morais referiu que o festival terá 12 concertos principais, sendo objectivo da organização que, ao longo dos três meses, os concertos esgotem, esperando atingir uma média de 200 pessoas por espectáculo, que decorrerão no Mosteiro de Alcobaça, no Convento de Cós, no Centro Cultural Gonçalves Sapinho e no Cine-Teatro de Alcobaça. Para o público, o director executivo do festival avançou uma boa notícia: este ano haverá uma redução de 50 por cento em relação aos preços dos bilhetes, praticados no ano transacto, passando os ingressos a custar apenas 5 euros, de forma a permitir que as famílias possam assistir ao festival, sendo de realçar que dois dos concertos terão entrada livre. A caderneta de acesso a todos os espectáculos custará 25 euros, estando os bilhetes à venda no Cine-Teatro de Alcobaça. Rui Morais destacou ainda que a organização do festival decidiu homenagear três músicos alcobacenses: o percussionista Manuel Campos; o tubista Sérgio Carolino e o clarinetista António Rosa, que tiveram “carta branca” para conceber o seu programa de concerto. O director executivo do festival destacou ainda o espectáculo final do “XV Cistermúsica”, que será um espectáculo de dança apresentado pela “CeDeCe”.” Quatro discos vão sair do festival “Esta é a prova de que nada é efémero”, afirmou o director artístico do festival, Alexandre Delgado no início do seu discurso, sustentando que Alcobaça “foi o concelho que mais fez pela música portuguesa”, e que o “Cistermúsica” “deu uma lição às principais instituições culturais de Lisboa”, classificando a edição 2007 como “a mais internacional de sempre”. Alexandre Delgado revelou que a organização do festival vai lançar um conjunto de quatro CD’s com os melhores momentos dos últimos cinco festivais, sendo um deles, dedicado a Inês de Castro. Para esta edição, o fio condutor é a comemoração do cinquentenário da assinatura do Tratado de Roma, estando a programação do festival subordinada ao tema “Viagem ao Velho Continente”, contando com representações da maioria dos países europeus, entre os quais, Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Irlanda, Alemanha, Áustria, Itália, República Checa, Polónia, Hungria, Rússia, Grécia, Noruega e Dinamarca. A este conjunto europeu juntam-se o Japão, o Canadá e os Estados Unidos da América. Para além dos concertos, o festival vai contar com diversas actividades paralelas, desde concertos para crianças até cursos e conferências, passando por diversas iniciativas musicais nos cafés, colectividades e freguesias do concelho. O “Cistermúsica” inicia-se dia 20 (domingo), pelas 18 horas no Cine-Teatro de Alcobaça com a “Tragédia versus Comédia” pela Orquestra do Algarve, dirigida pelo maestro Cesário Costa e contando com as participações de Mónica Pais (soprano), Luís Rodrigues (barítono), João Rodrigues (tenor), Filipe Garcia (tenor), que interpretarão obras de Beethoven (abertura “Coriolano”), Edward Elgar (“Elegy”) Edvard Grieg (“Duas Melodias Elegíacas”), Carlos Marecos (“Inês”, esta em estreia absoluta numa obra encomendada pelo “Cistermúsica”) e Alfredo Keil (“Susana”, ópera cómica em um acto e em versão de concerto).
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