Os Governantes Luís Vieira e Humberto Rosa Marcaram presença em São Martinho
Tratamento dos efluentes das suiniculturas já tem custo definido
O projecto de despoluição da baía de São Martinho do Porto ganhou novo fôlego com a “assinatura preto no branco” da adjudicação das obras
Carlos Barroso
A taxa a pagar pelos suinicultores pelo tratamento dos efluentes das suas explorações equivale a dez cêntimos por quilo de carne, revelou o secretário de Estado Adjunto da Agricultura, Luís Vieira, à margem da cerimónia de assinatura do contrato de empreitada da primeira infra-estrutura do Projecto para a Solução Integrada para o Tratamento de Efluentes de Suinicultura nas Bacias Hidrográficas dos Rios Tornada e Real e Arnóia, a estação de Pré-tratamento de Efluentes de Suinicultura de São Martinho do Porto. O valor foi anunciado durante a visita à nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) local., realizada no passado dia 29 de Março, com Luís Vieira a pormenorizar que “cada produtor deverá pagar uma taxa de cerca de cinco euros por metro cúbico”, considerada suficiente para viabilizar os investimentos feitos.
A adjudicação da futura ETAR suinícola de São Martinho do Porto é a primeira do género e está já inserida na nova Estratégia Nacional para os Efluentes Agro-Pecuários e Agro-Industriais (ENEAPAI), um modelo de investimento que conta com apoios estatais e comunitários na ordem dos 30 por cento, cabendo a restante fatia de financiamento aos empresários. Foi, por isso, assinado o contrato de empreitada para a construção da instalação de tratamento de efluentes de suinicultura, cujo montante de investimento global é 5,5 milhões de euros com um prazo de execução de 18 meses. Até ao momento, apenas os empresários suinícolas aderiram a este projecto, mas o secretário de Estado, Luís Vieira, espera que o mesmo suceda com os bovinicultores, tendo por isso feito um “apelo” a que “surjam mais interessados”, à semelhança do que deverá suceder noutras áreas como a produção de queijos, lagares ou matadouros. “A nossa preocupação é compatibilizar a economia com o ambiente”, afirmou o governante, sublinhando que “é um orgulho que passados seis anos da assinatura do protocolo para resolução dos problemas ambientais gerados pela actividade suinícola na bacia hidrográfica dos Rios Real, Tornada e Arnóia, volto a associar-me de novo ao projecto, mas agora na perspectiva da sua concretização numa região que possui cerca de 12 por cento dos efectivos suinícolas do país, cerca de 300 mil animais”. Por seu turno, o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, mostrou-se optimista no sucesso desta estratégia, salientando que ser a “única solução” para despoluir os cursos de água mais afectados pela produção agro-pecuária industrial. “Não faria sentido estar a tratar de efluentes urbanos, sem pensar nas mais valias que há com os efluentes suinícolas” salientou o governante, acrescentando que “daqui a uns poucos anos quando a baía de São Martinho do Porto estiver despoluída já ninguém se recordará do muito dinheiro e esforço foi preciso dispender para o fazer ”, acrescentou. A empresa “Trevoeste”, composta maioritariamente por suinicultores da região Oeste, vai gerir as três ETAR’s a construir nos próximos anos, num projecto total de 35 milhões de euros, que implicará a execução de condutas em articulação com um sistema de transporte dos efluentes.
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