A Unidade de Saúde Familiar da Benedita foi inaugurada a 4 de Dezembro passado

Utentes da extensão de saúde de Santa Catarina, actualmente sem médico de família, rejeitam inscrições na Benedita

As inscrições na Unidade de Saúde Familiar da Benedita para os utentes de Santa Catarina estão abertas, mas o medo de perder o acesso ao Hospital das Caldas fala mais alto

Joana Fialho

O facto de alguns utentes do Centro de Saúde de Santa Catarina, concelho de Caldas da Rainha, ficarem sem médico de família com a deslocação de um clínico para a Unidade de Saúde Familiar (USF) da Benedita já tinha sido levantada pelo presidente daquela Freguesia. Agora que as portas da nova estrutura de saúde foram abertas a Santa Catarina, “a população local tem receio de ficar dependente do Hospital de Alcobaça, perdendo o acesso ao Hospital das Caldas da Rainha”.

Quem o diz é Hélder Nunes, presidente da Junta de Freguesia de Santa Catarina, acusando os responsáveis da USF de nunca terem esclarecido convenientemente quem teria acesso à USF, “dando prioridade aos habitantes do Casal da Coita e do Casal da Marinha, as localidades mais próximas da Benedita, em detrimento dos utente do médico que se deslocou”. Além disso, Hélder Nunes garante ainda “não ter conhecimento” de qualquer diligência que esteja a ser tomada para assegurar que a população de Santa Catarina que eventualmente se inscreva na USF continuará a ser atendida nas Caldas da Rainha. Para o autarca, o facto de o médico que saiu do centro de saúde ainda não ter sido substituído é um problema grave, tanto mais quando nem os seus utentes sabem o que hão-de fazer. Hélder Nunes não entende como três mil utentes vão poder ser servidos por um único médico.

Após um mês de funcionamento a USF está a aceitar inscrições de utentes da freguesia de Santa Catarina, o que de acordo com António Nazaré, coordenador da Unidade, “só é possível pelo esforço acrescido dos médicos que aceitaram aumentar o seu número de utentes de 1500 para 2000”, afirmando ainda que, “neste momento não há nenhum beneditense sem médico de família”. António Nazaré falava no passado dia 11, numa sessão de esclarecimento à população que teve lugar na Casa da Vila da Benedita, onde foram discutidas as normas de funcionamento e as alterações que esta mudança estrutural implica.

“O sucesso depende de todos”

Para o coordenador da unidade, “o sucesso depende da cooperação de todos os utilizadores da USF, bem como do cumprimento das regras”. Para o pleno funcionamento da USF da Benedita falta ainda a realização de algumas obras no edifício que, de acordo com António Nazaré, estão prometidas para Maio. No entanto o clínico deixa a ressalva, “estas obras são fundamentais, pelo que o incumprimento desta promessa pode fazer com que a unidade cesse as suas funções”.

A USF de Santa Maria da Benedita garante, além da medicina geral familiar, consultas específicas para hipertensos, diabéticos, saúde infantil e materna e planeamento familiar, de acordo com normas da Direcção Geral de Saúde. O acesso às consultas faz-se através da Consulta Aberta e da Consulta Programada, cujos horários podem ser consultados no interior do edifício. Até ao final deste mês é ainda possível mudar de médico de família, o que segundo a administração “é importante para que os utentes se sintam bem e permite evitar situações maçadoras”.