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Nazaré quer ser a incubadora nacional da economia azul

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Porto da Nazaré faz 40 anos e o futuro da infraestrutura que deu segurança aos pescadores prepara-se para se adaptar às necessidades da atualidade Os 40 anos do Porto de Abrigo foram motivo de uma conferência na Biblioteca Municipal José Soares sobre a importância deste equipamento, desde que foi colocado ao serviço da economia do […]

Porto da Nazaré faz 40 anos e o futuro da infraestrutura que deu segurança aos pescadores prepara-se para se adaptar às necessidades da atualidade

Os 40 anos do Porto de Abrigo foram motivo de uma conferência na Biblioteca Municipal José Soares sobre a importância deste equipamento, desde que foi colocado ao serviço da economia do país até ao presente, em que o foco está na sustentabilidade e rentabilidade dos recursos.

O Presidente da Câmara da Nazaré, Manuel Sequeira, fez a abertura dos trabalhos, afirmando que é necessária uma “reflexão sobre o que foram estes 40 anos de barra aberta e do que deve ser o futuro deste ativo fundamental para o nosso futuro”.

Iniciada a construção em 1979, o Porto foi oficialmente inaugurado a 3 de setembro de 1983 e abriu à navegação em 1986. Protegido por dois molhes, com espaços destinados à frota pesqueira e uma marina, o porto de pesca artificial está abrigado, sem perigos na aproximação, o que permitiu a segurança de chegada a terra das embarcações e suas tripulações.

“Cumpriu o seu primeiro desígnio”, disse Manuel Sequeira, recordando que “a sua utilização vai muito para além desse desígnio, sendo hoje um polo de desenvolvimento da vila, mas também do concelho, como um todo. Basta ver a quantidade de empresas instaladas nas nossas três freguesias que gravitam em redor deste polo de desenvolvimento e da quantidade de postos de trabalhos que garante nestas três freguesias, mas também nos concelhos vizinhos”.

Ao longo da última década, tem servido de sede de apoio aos vários projetos da Praia do Norte, mas também tem sido o local de partidas e chegadas do setor marítimo-turístico bem como a base de desenvolvimento para a Economia Azul, nomeadamente com projetos como o da AmpliAqua, apresentado recentemente.

“Nunca comprometendo o seu filão inicial, deve ser também um porto de abrigo para o desenvolvimento da nossa economia e para a captação de mais valias inigualáveis para as nossas gentes. Temos todas as condições para ser a sede de desenvolvimento da Economia Azul no nosso país. O Porto da Nazaré tem de fazer tudo o que está ao nosso alcance para ser um centro de compatibilização das várias vertentes da economia azul, com especial enfoque na investigação, nas novas tecnologias e na transição energética. Temos de nos assumir como a incubadora nacional da

Economia Azul”, disse o autarca.

Sérgio Faias, Diretor do Conselho de Administração da DOCAPESCA, entidade gestora do Porto, falou da transformação que a infraestrutura tem vindo a conhecer com a chegada de novos negócios que se complementam com o saber da pesca, e dos investimentos efetuados na sua melhoria, como a Requalificação da lota; Requalificação da iluminação pública do porto; Melhoria da eficiência energética; e a Requalificação do sistema de captação de água salgada.

Sobre o futuro de organização do porto, Sérgio Faias apontou a convivência entre a aquicultura, pesca, estaleiros e o surf para, que no médio prazo, este equipamento seja “uma referência internacional de conjugação entre atividades (pesca, aquacultura, náutica de recreio, surf, etc.) e sustentável, pela “incorporação da tecnologia” ao serviço do desenvolvimento económico.

João Paulo Delgado, enquanto Presidente da Mútua dos Pescadores, outro convidado do painel que abriu espaço ao debate sobre o futuro do Porto da Nazaré, uma conferência organizada pelo Região de Leiria com o alto patrocínio do Município da Nazaré, fez uma resenha histórica do contexto social e político que levou a uma espera superior a 80 anos para a construção deste equipamento e dos acontecimentos que se lhe sucederam, conducentes ao desaparecimento de muitas embarcações e dos profissionais da pesca.

“Muitos foram os pescadores, armadores, mestres, comerciantes locais, intelectuais e amigos da nossa comunidade que se bateram para que o porto pudesse ser uma realidade. É justo dizer que à cabeça destas comissões e movimentos, que duraram décadas, assumindo um papel absolutamente visionário e amplamente decisivo para o desfecho e localização final do Porto, está Manuel Remígio”.

Para João Paulo Delgado “a construção do Porto da Nazaré foi a obra mais importante realizada no concelho. Poupou muitas dezenas de vidas. Relançou o setor no plano local. Atraiu investimentos. Deu condições de trabalho e segurança extraordinárias aos profissionais do setor e das atividades conexas. Diminuiu brutalmente a sinistralidade na pesca numa comunidade massacrada por naufrágios vide a obra: 100 anos de Naufrágios na costa da Nazaré – José Soares.

No entanto, o nosso porto, apareceu em contraciclo relativamente ao desenvolvimento das pescas nacionais.”

O Presidente da Mútua dos Pescadores afirmou que “há uma evidente perplexidade e resignação por parte da classe piscatória, tendo em conta aquilo em que o porto se transformou nos últimos anos. Também a classe se foi adaptando e tentando serpentear por entre projetos emergentes, que começaram com o surf de ondas gigantes, após 2008/2009, as atividades marítimo-turísticas, a náutica de recreio e os mais recentes projetos de aquacultura”, acrescentando que urge “uma reflexão aprofundada, democrática e alargada sobre o Porto da Nazaré, o seu reordenamento e o seu futuro. A comunidade e os seus representantes não podem ficar arredados dessa análise e discussão”.

O dirigente defendeu a criação de um conselho consultivo alargado aos vários representantes das múltiplas atividades que hoje se desenvolvem no porto como “imprescindível para uma lógica de congestão do próprio porto”, que deve ser “um porto ambientalmente equilibrado e estreitamente ligado à investigação científica que produza conhecimento sobre e de apoio ao setor. A criação de um Centro de Estudos Sociais do Mar, na dependência daquilo que deveria ser a Universidade Pública de Leiria, podia legitimamente funcionar no Porto da Nazaré, alavancando outras lógicas de

ocupação do espaço e de viabilidade do seu futuro, enquanto estrutura viva que produz hábitos e comportamentos que se devem disseminar por todos os seus utilizadores”.

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