A antiga lota da Nazaré é a montra de uma exposição temporária sobre história e cultura local, marcada por vivências intensas com o mar, do século XVII ao século XX, período em que, sem o Porto, os barcos partiam e chegavam pelo areal da praia.
A mostra “O Mar, o homem e a fé”, que o público já poderá visitar até 26 de novembro, aborda o tema dos naufrágios e náufragos, do século XVII ao século XX, período marcante para a comunidade local, que, ainda sem o porto da Nazaré, perdeu muitos familiares no mar.
Os sucessivos naufrágios marcaram de negro e luto a população nazarena durante décadas, sendo a construção de um porto de abrigo, que garantisse condições de segurança marítima e diminuísse o risco de vida dos pescadores, o maior desejo da população, ao longo de quase todo o século XX.
Nos anos 50, segundo testemunhos da época, o nível de vida era baixo, devido ao facto das condições do seu porto natural não permitirem o exercício da pesca de uma forma mais lucrativa, como em outros locais da costa.
As mulheres trabalhavam, muitas vezes, para fazer face ao pouco dinheiro que o homem trazia da sua faina para o sustento da casa, vendendo peixe nos mercados da região.
A Nazaré começa a ser conhecida como uma terra de partidas e chegadas. A comunidade via os seus filhos partirem, em busca de melhores condições de vida, para Peniche, Matosinhos, Canadá, para a marinha mercante ou para a pesca do bacalhau nos mares da Terra Nova.
Entre os muitos anónimos que lutaram pelo porto, destacam-se Manuel Remígio, hoje, em sua homenagem, o nome da rua onde se localiza o Centro Cultural da Nazaré (antiga lota).
A mostra, uma iniciativa do Gabinete de Património e Cultura da Câmara e a colaboração do Museu Dr. Joaquim Manso, Biblioteca da Nazaré e Grupo Etnográfico Danças e Cantares da Nazaré, pode ser visitada de 2ª a 6ª feira: 9h00-13h00; 14h00-17h00 e ao fim de semana, das 10h00-13h00; 14h00-18h00.
Tem entradas gratuitas.
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