Este é o trabalho que se mistura com o quotidiano da vida. Cuidar dos animais todos os dias do ano define outro paradigma de trabalho; aquele que é mesmo diário, que não permite férias ou dias de folga.
Em dias de sol, de chuva, com frio ou calor, estas mulheres vão para o campo ordenhar as vacas e tratar dos pastos. Saem todos os dias antes do amanhecer e recolhem-se antes que a noite caia. Existe, neste trabalho, uma certa privação de normalidade como a conhecemos. Poderíamos imaginar trabalharmos todos os dias, toda a vida, sem um dia de folga, um fim de semana, ou sem podermos viajar? Para estas mulheres, adoecer significa terem de contratar alguém que cuide dos animais temporariamente. Mas nem sempre é fácil encontrar pessoas disponíveis para esta dura tarefa.
Num trabalho predominantemente, realizado por homens, estas mulheres são como um raio de sol no inverno. Mostram a força de se ser mulher, sem limitações ou preconceitos. E mesmo quando algumas dizem ir apenas “ajudar os maridos”, percebe-se, ao vê-las trabalhar, que elas não ajudam; elas fazem o que é preciso ser feito.
Esta mostra fotográfica é uma menção a todas as mulheres que escolhem, todos os dias, os trabalhos mais severos e com eles fazem o bailado da vida.
Rui Caria colabora com diversos órgãos de imprensa e agências de comunicação nacionais e internacionais. O seu trabalho fotográfico é reconhecido por editores das mais diversas publicações. Vencedor e finalista de diversos concursos mundiais, tem fotografias e artigos publicados em vários livros e na imprensa nacional e internacional.
Rui Caria foi distinguido com a Câmara de Prata da Federação Europeia de Fotógrafos, na categoria de fotojornalismo, na competição de Fotógrafo Europeu do Ano de 2016. Em 2019 venceu o primeiro prémio do Sony World Photography Awards, National Awards.Rui Caria mostra “Mulheres da Terra” no Porto
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