A plataforma de recolha de denúncias de abusos laborais despedimentos.pt afirma ter recebido denúncias sobre as intenções da administração da Atlantis, em Alcobaça, que “avançou para o despedimento dos trabalhadores e das trabalhadoras com contrato a termo”.
As denúncias relatam que todos os funcionários que estão a acabar o primeiro contrato e os que estão a fazer três anos de casa foram chamados ao departamento de recursos humanos, onde receberam a comunicação verbal de que os contratos não iriam ser renovados. Estão previstos 30 despedimentos até ao mês de agosto e um total de 50 até ao fim do ano.
Segundo a plataforma, depois da imposição de três semanas de férias forçadas, ainda durante o mês de março, a administração da empresa comunicou aos trabalhadores e assumiu na comunicação social que não iria despedir ninguém, tendo declarado que contava com o empenho de todos os funcionários para o futuro da empresa e a preservação dos postos de trabalho.
Em abril, acionou o mecanismo de lay off, numa decisão em que o Grupo Vista Alegre anunciou que a medida incluiu uma parte dos trabalhadores da unidade de Ílhavo e da Atlantis em Alcobaça.
“À semelhança do que tem vindo a acontecer em várias situações ao longo dos últimos meses, após beneficiar de apoios públicos para manter postos de trabalho e ultrapassar as dificuldades que resultam da crise sanitária, a administração da Atlantis descarta os trabalhadores precários e deixa estas dezenas de pessoas numa situação de grande vulnerabilidade”, refere a Plataforma.
A unidade industrial faz parte do grupo Vista Alegre Atlantis desde 2001, tratando-se do maior grupo nacional na área da produção de louça de mesa.
A imposição de férias sem acordo aconteceu, também, na fábrica da Vista Alegre em Ílhavo e na Cerutil, uma empresa que integra o universo Vista Alegre Atlantis desde 2018.
Por sua vez, o Vista Alegre Atlantis é detido, desde 2019, pelo Grupo Visabeira.
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