A SPAL – Sociedade de Porcelanas de Alcobaça, S.A. – com sede em Valado dos Frades, concelho da Nazaré, à boleia do surto epidémico, também se está a preparar para uma “grande transformação” fazendo, ao que parece, tábua rasa dos direitos conquistados pelos trabalhadores.
A SPAL, como milhares de outras empresas em Portugal, está neste momento a viver à conta dos trabalhadores por via dos apoios estatais através do recurso ao Lay-Off penalizando os trabalhadores com tal medida.
Nos últimos dias mais de 180 trabalhadores (num universo de 300) têm recebido a informação de que a suspensão do seu contrato de trabalho se prolongará até final de agosto, podendo esta suspensão ser prorrogada!
A SPAL sustenta esta opção com as quebras nas vendas, com os resultados negativos acumulados, que só em 2019 foram superiores a 2 milhões de euros. Justifica-se com a enorme dívida à Segurança Social e com a urgência de renegociação de crédito junto da banca. Entende o PCP que os trabalhadores em nada contribuíram para este cenário, nem podem ser penalizados por responsabilidades que só podem ser acercadas à administração da empresa e às consequências do surto epidémico.
A SPAL vai mais longe e afirma que só com uma diminuição significativa do número de trabalhadores poderá tornar a empresa viável! Ora num quadro em que o que é necessário é apostar na reindustrialização do país e no fortalecimento da produção nacional, não se percebe como tudo isso se fará reduzindo o número de trabalhadores.
Sabe o PCP, pela experiência que tem, que esta suspensão em massa de contratos de trabalho é apenas o início de uma caminhada que tentará colocar muitas dezenas de trabalhadores no desemprego livrando-se a empresa de cumprir escrupulosamente com os direitos consagrados dos trabalhadores.
O PCP garante que a luta pela defesa dos trabalhadores, pela sua valorização, pelo reforço da produção nacional e pelo progresso do país, mesmo em pleno verão, não irá de férias!
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