O estendal irá desaparecer e dar lugar a um novo, instalado numa plataforma moderna, e que será elevada à altura da marginal para facilitar a comunicação entre peixeiras e público, e permitir que os visitantes possam circular, conhecendo o processo de secagem e a sua antiguidade.
“Vamos nivelar o estendal à altura do passeio e criar uma moldura à volta da área de trabalho. A ideia é convidar o turista a circular naquele espaço, convivendo mais diretamente com as peixeiras”, explicou Álvaro Manso, o arquiteto que assina este projeto.
Onze peixeiras dedicam-se à secagem do peixe, mas o projeto do Museu prevê a criação de 17 lugares. “Temos em perspetiva que, com as condições melhoradas, este lugar possa captar novos interessados em criar postos de trabalho”, afirmou Walter Chicharro, Presidente da Câmara Municipal, para quem esta é uma zona muito especial, pela existência da antiga lota (Centro Cultural da Nazaré), a exposição das embarcações tradicionais e a secagem do peixe.
“É uma promessa eleitoral que está à beira da concretização. Dá-se, agora, um passo importante em algo que é parte da nossa identidade. Queremos preservar a tradição, dar dignidade ao local e a uma atividade secular, dando condições aos que se dedicam a esta atividade e, quem sabe, permitir que se criem novos postos de trabalho”.
A preservação das tradições e a modernização da marginal (cuja obra de requalificação da parte sul terá início, também, em outubro), integram o plano de gestão da Câmara na transformação daquele local como central, em termos de património histórico, tornando-se, de futuro o “centro da Nazaré”.
“O peixe seco é uma aposta clara desta gestão e tudo faremos para o elevar à categoria de produto gourmet, dando-o a conhecer ao mundo, através de várias iniciativas”.
A colaboração da Câmara Municipal com uma futura entidade (a criar) na certificação do peixe seco, a promoção do produto em Feiras ou eventos nacionais e internacionais, a realização de Mostras Gastronómicas com o Carapau Seco/Enjoado, bem como a candidatura do Peixe Seco a Património Cultural Imaterial e a apresentação do livro sobre a arte da secagem do peixe (aborda as diferentes fases da produção até ao produto final), que será oferecido em cerimónias/atos oficiais são algumas das ações previstas para a preservação de uma atividade económica secular, quase única no país.
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