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Falta de apoios comunitários dificultam requalificação Colónia Balnear da Nazaré

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A Colónia Balnear da Nazaré, propriedade da Assembleia Distrital de Santarém (ADS), está abandonada. O edifício está fechado desde 2009 e os sinais de degradação são evidentes.

A propriedade tem sido alvo de vários assaltos, que começaram desde o seu encerramento. Torneiras, canalizações, talheres, portas e cadeiras, roupa de cama foram roubados do local, onde ficou um violento rasto de destruição.

Em Janeiro de 2011, a ADS entregou na Câmara da Nazaré um projeto de candidatura ao QREN para requalificação do imóvel, no valor de 2,5 milhões de euros, que incluía a remodelação quase total em termos de infraestruturas.

O organismo, que tem a propriedade da colónia, apresentou o projeto de arquitetura para a reconversão do edifício, cuja data de construção remonta a 1930, representando, para a Nazaré, mais um importante marco do desenvolvimento do turismo e da procura da praia banhos, mesmo pelos que não possuíam as condições financeiras para o lazer.

António Rodrigues, Presidente da Assembleia Distrital, explicou que o projecto pretendia “dinamizar o equipamento”, e que daria outra vida social ao “espaço urbano” onde está implantado.

O plano de reabilitação passaria pela dotação do edifício de infra-estruturas técnicas, adequadas à legislação em vigor, para que pudesse continuar a albergar a colónia balnear, passando, também, a acolher o turismo sénior, para o qual estariam destinadas 8 suites, a serem construídas de raiz. Estes quartos estariam destinados ao aluguer, “preferencialmente a casais idosos, com o intuito de ajudar na gestão do edifício e na componente social”.

Em 2011, quando a Assembleia presentou, à Nazaré, os seus planos de reabilitação do edifício, o então autarca, Jorge Barroso, afirmou que se tratava de uma melhoria muito aguardada, que poderia ajudar na revitalização do edifício, beneficiando a vila.

Orçado em cerca de 2,5 milhões de euros, este projeto de reconversão apresentado passaria por “restituir a volumetria original ao edifício, demolindo os acrescentos feitos tardiamente, segundo explicou Gonçalo Louro, arquiteto responsável pelo projeto.

A Assembleia Distrital de Santarém esperava dar início às obras no espaço doze meses, após o anúncio do projeto, mas passados três anos, os sinais de abandono são cada vez mais evidentes, e muitos populares temem que o edifício se torne num grave problema grave de saúde pública.

Entrevista a António Rodrigues| Presidente da Assembleia Distrital.

RN:Foi anunciado um projecto Orçado em cerca de 2,5 milhões de euros para requalificar a colonia balnear, no início de 2011. Quais as razões que levaram a que o projecto não tivesse, aparentemente, avançado?

AR: Por dois motivos. Por um lado, porque o edifício sendo propriedade da Assembleia Distrital e estando estas em vias de extinção formal, temeu-se que ao recuperar a colónia ela viesse a ser no futuro próximo, propriedade do Estado. A segunda razão e a mais importante, foi a dificuldade em garantir os apoios comunitários necessários.

RN:O que falta para que estejam reunidas as condições para iniciar a recuperação da colonia balnear?

AR: Actualmente e porque já saiu muito recentemente legislação que define os moldes em que se podem “extinguir” as AD, o processo está em condições de avançar. Em primeiro lugar, vai ser criada uma Associação de Municípios do distrito de Santarém, especifica para assumir a propriedade da Colónia Balnear e, futuramente, promover as obras necessárias e, obviamente, a gestão futura do funcionamento da Colónia.

RN: Nesta altura, a venda da colonia é uma hipótese para a Assembleia Distrital de Santarém?

AR: Não será vendida. Passará para a posse da Associação, a criar brevemente. É importante salvaguardar que este processo é algo lento. Por um lado, a Assembleia Distrital tem quatro meses para transferir o imóvel para a posse da referida nova Associação. Este processo de transferência implica que as 21 Assembleias Municipais de cada município do distrito se pronunciem e votem esta decisão. Após isso, será lançado o concurso para a recuperação do edifício e, em simultâneo, a respectiva candidatura comunitária que viabilize o cumprimento financeiro deste investimento.

Câmara da Nazaré na expetativa das obras

Walter Chicharro, presidente da Câmara da Nazaré, considera que o atual edifício tem grande importância, a vários níveis, para a povoação, e terá feito sentir, junto da Assembleia de Santarém, as preocupações dos moradores, vizinhos do edifício, em estado de abandono desde 2009.

Apesar da Câmara não poder intervir, terá alertado os proprietários para os danos no edifício, bem como para as questões de segurança e de saúde pública.

O autarca já informou a Assembleia de Santarém que vê com bons olhos qualquer intervenção que salvaguarde um edifício com importância história para a Nazaré, pois este tem profundo significado ao nível do apoio social a crianças sem meios para fazer férias na praia.

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