Atrair novos públicos e melhorar a comunicação foram as sugestões apresentadas como vias para melhorar este setor da economia local.
Francisco Dias, professor da Escola de Tecnologia do Mar de Peniche, coordenador do grupo de investigação em turismo, foi um dos convidados da sessão, e elogiou a reunião da população e empresários em torno da discussão de problemas, com vontade de os resolver.
“Esta vontade de estar aqui e discutir os problemas significa que seu deu um passo na sua resolução, pois a solução não passa só pelos dinheiros públicos. Há vontade de cooperar entre privados, que às vezes são concorrentes nos negócios”.
Para este docente, “Alcobaça tem tudo para dar certo”, como os recursos de montanha, mar, tradições, artesanato e gastronomia, mas não pode esquecer a cooperação com os vizinhos. “ A complementaridade com Nazaré e Fátima deve ser trabalhado com mais afinco. O turista que fique aqui 3 ou 4 dias, beneficia tudo em redor”, disse.
Cátia Siopa, que apresentou um estudo no âmbito do grupo de investigação e turismo (2011), onde se fez levantamento da gastronomia da região oeste, através de inquérito a visitantes, turistas e a proprietários, relevou que o perfil de quem procura esta Região do país.
O estudo revelou que são casais, entre os 35 e os 45 anos, com um rendimento médio de 2 a 4 mil euros, com formação superior, que procuram cultura, sol e praia e gastronomia; e que “existe uma discrepância entre o que os empresários acham que estão a fazer e o que o turista quer e leva da região”.
“O turista dá relevância à gastronomia regional mas quer inovação. A relação qualidade/preço é um ponto fraco, e isso releva-se no gasto feito (20 euros em média é o gasto). O atendimento é outra falha aos olhos dos turistas”, disse a técnica.
Ana Caldeira, Investigadora em turismo e professora na Universidade de Aveiro, disse que se “espera do poder público uma aposta forte no setor do turismo e a ampliação da sua intervenção, nomeadamente desenvolvendo uma estrutura de coordenação que não fique apenas pela promoção de eventos, como vetor de desenvolvimento do concelho, e do
lado do público a capacidade e disponibilidade para trabalhar em rede”.
“O empreendedorismo dos privados e com uma boa coordenação do poder autárquico serão importantes, no futro, para que Alcobaça não fique diluída numa futura grande área turística, ao sabor de Lisboa”, disse a docente.
O Movimento surgiu com o desejo de contribuir para a promoção da economia local, desenvolvendo algumas iniciativas, já no final de 2012, como a sensibilização da população para a vantagem de comprar no comércio tradicional e de preferência produtos de origem nacional ou regional.
O levantamento dos problemas e necessidades de várias áreas de atividade económica, por forma a potenciar uma proposta estratégica de ação geral pensada por cidadãos, são os objectivos do Movimento para a segunda fase do seu projeto para Alcobaça.
Depois desta reunião temática sobre Turismo, o Movimento irá debater a Indústria, a que se seguirão outras reuniões temáticas para as quais convidaram profissionais e especialistas de cada sector para levar a cabo essa discussão.
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