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Francelina Vieira e os versos“ao vento, à chuva, ao sol e ao mar” da Nazaré

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“Gentes da nossa terra” Só estudou até à 4ª classe, mas o gosto pela escrita já nasceu com ela. Dedicou grande parte da sua vida à costura, mas escrevia muito nos tempos livres. O seu amor incondicional à terra que a viu crescer salta para fora das linhas que começou a publicar aos 65 anos, […]
Francelina Vieira e os versos<br>“ao vento, à chuva, ao sol e ao mar” da Nazaré

“Gentes da nossa terra”

Só estudou até à 4ª classe, mas o gosto pela escrita já nasceu com ela. Dedicou grande parte da sua vida à costura, mas escrevia muito nos tempos livres. O seu amor incondicional à terra que a viu crescer salta para fora das linhas que começou a publicar aos 65 anos, e como os elogios de pessoas mais qualificadas se fizeram sentir, resolveu partilhá-lo com aqueles que apreciam a sua escrita.Com seis obras publicadas, Francelina Vieira é um exemplo para todos aqueles pensam que os sonhos da juventude têm um prazo.

Tânia Costa com Clara BernardinoMaria Francelina Nunes de Magalhães Ferreira Vieira nasceu a 25 de Novembro de 1938 em Famalicão da Nazaré. Foi viver para o Sítio da Nazaré em Setembro de 1941 com apenas três anos e meio, uma vez que o seu pai morreu quando tinha um ano e meio e a sua mãe arranjou trabalho aí. De tudo o que fez na sua vida, o que a mais marcou foi essa mudança.Ficou em casa do Monsenhor José Jorge Fialho Reitor da Confraria da Nossa Senhora da Nazaré, que junto com a sua empregada a criaram até aos 19 anos, idade que tinha, quando o Monsenhor faleceu. Foi educada com muito carinho e criada como “uma menina” sem nunca lhe faltar nada. Francelina Vieira tem a quarta classe, uma vez que a maioria das mulheres naquele tempo não estudava e a sua vocação era a costura que, mais tarde, exerceu como profissão.Uma vez que era modista, ensinou 27 meninas a costurar, que ainda hoje são todas suas amigas e gostam muito dela. A sua especialidade era fazer fatos de noiva e fatos de criança. Não tinha uma loja para comercializar os fatos, mas as pessoas iam a sua casa mandar fazê-los e era a própria que gostava de os desenhar.Para a D. Francelina, não foi difícil crescer na Nazaré, apesar de, naquela altura, as pessoas passarem muito mal, pois quase toda a gente vivia do mar e a costa durante o Inverno “estava negada” e não havia porto de abrigo.Quando tinha 17 anos fez um poema para o Monsenhor Fialho para ser apresentado no Teatro “Chaby Pinheiro” pois eram as bodas de ouro do Monsenhor, e aí a D. Francelina já tinha a semente do gosto pela escrita e pela poesia no seu coração.Um dia, enquanto estava sentada ao pé da praia, começou a fazer algumas rimas e, assim, lhe surgiu uma quadra:“Eu faço versos ao vento,À chuva, ao sol e ao marÀ força que rege a terraE domina o meu pensar.”Com o passar do tempo, cresceu e conheceu o seu futuro marido num grupo de praia, quando tinha 22 anos e casou-se aos 23. Tem uma filha com 47 anos, um neto com 16 e uma neta com 13. Segundo a autora, “eles e o meu marido são a minha maior riqueza”.Começou a escrever aos 65 anos incentivada por pessoas mais classificadas do que a própria, que apreciavam os textos que escrevia.As capas dos livros escritos pela D. Francelina foram desenhadas pela mesma a esferográfica, pois além de escrever esta também gosta muito de desenhar.A autora afirma que escrever para ela é uma necessidade, “quando eu era mais nova escrevia textos infindáveis enquanto que as minhas colegas escreviam duas linhas com alguma dificuldade”.De tudo o que fez na sua vida o que mais gostou foi criar as suas obras de costura, especialmente fatos de noiva e roupas de criança. Não se arrepende de nada que tivesse feito, tudo o que realizou foi com muito amor e carinho, sempre dando o seu melhor em cada tarefa.O que mais gosta de fazer é ajudar as pessoas. Sempre que lhe pedem qualquer ajuda naquilo que ela sabe fazer, a D. Francelina nunca recusa.Costuma escrever, a pedido, poemas sobre pessoas que já faleceram, e também com outras funções.Entrou para a universidade sénior para estudar pintura, uma vez que gosta muito de pintar. Andou um ano lectivo e saiu porque teve um problema de saúde.Pintou quadros muito bonitos e a sua professora ficou muito admirada de ela nunca ter aprendido em lado nenhum.Neste momento, a D. Francelina trabalha na sua agência de jornais, onde expõe os seus livros para venda.A pedido do Região da Nazaré, a autora escreveu alguns versos sobre a sua vida:“Tenho orgulho no que façoVaidade no que aprendiMesmo sem ter brincadeirasTrabalhei de mil maneirasCom isso me diverti.”“Agora, este meu fadoNem triste nem mal fadadoÉ melhor que os outros maisNão foi preciso aprenderPois é fácil de fazer:Vender tabaco e jornais.”Livros da autora:O primeiro livro escrito pela D. Francelina foi Nazaré é poesia, uma obra que como o nome indica contém poemas dedicados à vila onde cresceu; Na Nazaré, quem não rema já remou; Recordar a Nazaré.Publicou os romances Era assim na Nazaré, uma história de amor no Sítio; Na Nazaré, à sombra do Promontório; desta vez, na praia e o seu último livro editado foi Antes da Nazaré, já existia a Pederneira.

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