Concerto de encerramento com Orquestra Metropolitana de Lisboa termina em apoteose Começou por ser a edição mais ambiciosa de sempre, apresentando-se com o mais internacional e eclético programa da sua história, além de constituir o mais duradouro (estendendo-se ao longo de dois meses: coisa inédita) e os números acabaram por confirmá-lo: o Cistermúsica 2010 chega ao fim ultrapassando a fasquia dos 4 mil espectadores (os números concretos não chegaram a tempo do fecho desta edição, mesmo assim foi confirmada pela direcção do festival que a barreira foi derrubada) e com um dos espectáculos que certamente ficará na memória de muitos como uma das suas noites mais felizes.
Foi assim no passado dia 31 de Julho, com a presença da Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML) no palco do Cine-Teatro de Alcobaça, repleto para ouvir um dos melhores repertórios da edição deste ano (Debussy, Mendelssohn, Ravel e von Gluck tornaram harmoniosa uma noite quente), a mostrar-nos que a música erudita pode ser para todos os ouvidos. Mas isto foi na primeira parte de um programa que, além da harpa divina de Stéphanie Hanzo e de uma condução rigorosa do maestro (e pianista) João Paulo Santos (a substituir airosamente o habitual director artístico da OML: Cesário Costa), reservava para o final o melhor do dia: a estreia da peça “A Arca do Tesouro”, um conto musical da autoria de Eurico Carrapatoso, com texto da escritora juvenil Alice Vieira, e narração desse “monstro sagrado” do cinema e do teatro que é Luís Miguel Cintra. Terminado o concerto, a hora foi de aclamação com a reunião em palco dos grandes intervenientes desta estreia: Alice Vieira, Eurico Carrapatoso, Luís Miguel Cintra, João Paulo Santos e ainda Alexandre Delgado, director artístico do Festival de Música de Alcobaça, a receberem os aplausos eufóricos da plateia. Uma euforia que não se perdeu depois de esvaziado o palco, mas prosseguiu no átrio do Cine-Teatro de Alcobaça com uma sessão de autógrafos tripartida: Alice Vieira, Eurico Carrapatoso e Luís Miguel Cintra trataram aí de rubricar a edição da obra adquirida por vários espectadores. Jue Wang encanta noite no Claustro D. Dinis Uma noite antes, tinha sido a vez do Claustro D. Dinis no Mosteiro de Alcobaça (uma das apostas no capítulo dos novos espaços do festival para este ano) receber o jovem pianista chinês Jue Wang, um dos maiores talentos na área e verdadeiro fenómeno artístico no domínio deste instrumento: o músico passeou virtuosismo através de obras de Ravel, Schumann e Chopin, terminando um serão de pura intimidade entre público e intérprete com a peça “Polonaise”, retirada da ópera Eugen Onegin, da autoria de Tchaikovski e Liszt.
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