Trio de artistas nova-iorquinas são um dos grandes valores da pop electrónica David Mariano São um dos mais belos trios da pop electrónica mundial e ao terceiro disco de originais aterram no palco do Cine-Teatro de Alcobaça para uma actuação que tem tudo para se tornar memorável na noite do próximo dia 21, sexta, pelas 21h 30, naquele que será um dos espectáculos de apresentação do seu mais recente álbum de originais na tournée de Portugal: “Still Night, Still Light”. Podemos ter que começar a cortar nas estradas, no TGV, no aeroporto, deixar a compra do iPad para outra vida, adiar aquela viagem a Punta Cana, pensar duas vezes antes de ir ao restaurante da moda, mas felizmente ainda podemos ter as Au Revoir Simone para nos ensinarem o caminho mais perto para a essência poética das coisas que nos envolvem e para a contemplação cândida da vida terrena nos pormenores mais simples que ela tem.
Isto porque há algo de etéreo e bucólico neste trio nova-iorquino, um universo onde as luzes da natureza se combinam com as sombras da melancolia, num misto de pureza e candura a par de ritmos cadenciados que evidenciam trilhos de uma apreciável singeleza harmónica: com elas a música pode ser um passeio de Primavera pelo bosque, uma investida no campo dos sonhos onde o nosso corpo de repente ganha asas, um olhar perplexo sobre as montanhas e os vastos lagos das nossas memórias mais infantis. E sim talvez nunca três meninas tenham conquistado tanto o apreço, a consideração e a admiração do públicoportuguês tão depressa como Erika, Annie e Heather, meninas oriundas de Brooklyn, Nova Iorque, que fazem dos teclados e das caixas de ritmos a sua imagem de marca, mas também um maravilhoso universo de magia pop, um sussurrar de vozes que qualquer alma, masculina ou feminina, deseja como seu anjo de guarda. Com uma conjugação única de electrónica, indie e pop, as Au Revoir Simone granjearam desde o início o reconhecimento do público e da crítica, onde se incluem alguns nomes ilustres, tais como David Lynch (vão por ele). Já se quisermos falar em influências, podemos ligar as Au Revoir Simone a um imenso universo musical que vai desde os Modest Mouse, Stereolab, Pavement, Air, Beach Boys, Bjork, David Bowie: o sonho de qualquer apreciador indie, use ou não use All-Stars, esconda ou não esconda os olhos com a franja, tenha ou não acne, preserve ou não preserve os antigos Blitz lá em casa. Elas mostram que a adolescência não tem idade e que pode sempre haver luz na noite: uma esperança importante nos dias que correm.
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