Paulo AlexandreA Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos recomendou à Câmara de Alcobaça a apresentação dos documentos pedidos pelo BE sobre a compra da Quinta do Vale da Cela, de Alfeizerão.O Bloco de Esquerda, que contesta a compra do terreno que custou mais de 3 milhões de euros, anda desde Maio a pedir que lhe sejam facultados os documentos da compra para puder formular uma opinião e enviar o processo para as entidades judiciais competentes de modo a que seja analisada a sua desconfiança face a esta aquisição por parte do Município. Até hoje, segundo Adelino Granja, “a Câmara recusou apresentar os papéis”.
Adelino Granja contesta a aquisição do terreno de Alfeizerão e, nomeadamente, a não inclusão de uma cláusula de salvaguarda para a Câmara no caso do Ministério da Saúde preterir Alcobaça na escolha do local para a construção do novo Hospital do Oeste Norte. O Presidente da Câmara justificou esta decisão com o facto do promitente vendedor ter exigido mais dinheiro para que essa cláusula fosse colocada no contrato de compra e venda.O deputado já classificou de “vitória para o Bloco de Esquerda e de derrota para o Presidente da Câmara, Gonçalves Sapinho, esta decisão da Comissão de Dados Administrativos”, considerando, ainda, que fica dada a resposta às acusações feitas pelo autarca ao Bloco de Esquerda no decurso de todo o pedido de esclarecimentos por parte da oposição.O deputado garante, agora, que irá recorrer às instâncias judiciais, nomeadamente o Tribunal Administrativo, caso a Câmara continue a adiar a entrega dos documentos relativos à compra. Adelino Granja acredita que, por estarmos a um ano de eleições autárquicas, o executivo camarário irá atender a esta deliberação da Comissão de Dados Administrativos, que não é vinculativa, pois caso contrário “estará a
dar um tiro no próprio pé”.O Bloco de Esquerda aguarda, ainda, pela resposta do Provedor de Justiça e do Ministério Público à reclamação que apresentou contra a Câmara por causa deste processo de compra da Quinta de Alfeizerão. Por decidir está ainda a apresentação de uma providência cautelar já que, segundo explicou Adelino Granja, “o Bloco de Esquerda quer ter, primeiro, dados seguros e minimizar os riscos da sua posição”. O
advogado nega, contudo, que esta posição se deva ao receio de inviabilizar a construção do Hospital Oeste-Norte na região como o acusou Gonçalves Sapinho.O deputado municipal mantém as acusações contra o executivo camarário liderado por Gonçalves Sapinho, nomeadamente de sonegar informações e de negar direito da oposição aceder a todos os documentos relativos a decisões importantes para o erário público.
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