David MarianoÉ uma das grandes novidades da Câmara Municipal de Alcobaça (CMA) incluída no próximo Plano Plurianual de Investimentos (PPI) aprovado durante a última Reunião de Câmara de 3 de Dezembro: o Hospital do Oeste dispõe agora de uma verba de 3,7 milhões de euros destinada a adquirir um terreno para a construção desta importante infra-estrutura de saúde na região.
Apesar da falta de garantias quanto à instalação do hospital no concelho, Carlos Bonifácio, Vice-Presidente da autarquia, afirma que Alcobaça “deve ter alguma coisa a oferecer no plano de candidaturas do Hospital do Oeste”. Segundo o autarca, “mãos cheias de nada tem o Estado e a verba indicativa apontada no PPI assume o compromisso de apostar forte na candidatura.”“Faremos tudo ao nosso alcance para que o Hospital do Oeste venha para o concelho”, reafirmou Carlos Bonifácio sem adiantar uma localização mais precisa para o projecto. Para o executivo, e apesar de não estar ainda tomada uma posição pelo Ministério da Saúde, o Município de Alcobaça pretende assim estar preparado para a qualquer momento poder dar seguimento ao projecto.Já Daniel Adrião, vereador do Partido Socialista na oposição, critica o negócio e não compreende o investimento sem existirem as garantias necessárias dadas pelo Ministério da Saúde. Para o socialista, mesmo que o Governo venha a concordar com a construção do Hospital do Oeste no concelho, a CMA não deveria adquirir terrenos por um preço tão elevado.Sendo o PS favorável à localização do Hospital do Oeste no concelho de Alcobaça, Daniel Adrião adianta também que é legítima a pressão sobre o governo para a construção do projecto, destacando a necessidade que tem existido neste campo. Segundo o autarca, Alfeizerão seria uma das boas hipóteses de localização e poderia ter uma importante centralidade.Quanto a Rogério Raimundo, vereador da CDU na oposição, entende as razões que levam o Município a pesar o investimento no Hospital do Oeste, mas considera que o terreno e o negócio são completamente desconhecidos. Para o seu partido, a prioridade deve estar no factor humano e relembra que “há muitos alcobacenses sem médico de família”.Mais preocupado com o hospital “real” em Alcobaça, Rogério Raiumundo chega a afirmar que este “não tem serviços especializados, não funciona bem nas urgências especiais, nem nas especialidades.” E interroga: “o Hospital Oeste Norte demora 6 ou 7 anos e até lá como vai ser a nossa saúde?”Ano de aceleração do investimento municipalAprovado pela maioria PSD em Reunião de Câmara face aos votos contra da oposição – Daniel Adrião (PS) e Rogério Raiumundo (CDU) –, o Plano Plurianual de Investimento do Município de Alcobaça prevê arrecadar 59, 75 milhões de euros de receita em 2008. Para o executivo este é o ano que marca efectivamente o arranque do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e o lançamento de um conjunto de novos projectos, ao mesmo tempo que conclui outros decorrentes do III Quadro Comunitário de Apoio.Além da compra de um terreno para o futuro Hospital do Oeste, entre os novos projectos merece igualmente destaque a compra das instalações para a nova Extensão de Saúde de São Martinho do Porto. Não só: a requalificação urbana de São Martinho do Porto, as novas piscinas de Pataias, a requalificação da zona envolvente do Convento de Cós e a compra da Quinta da Serra (destinada a acolher a Área de Localização Empresarial da Benedita) são alguns dos investimentos previstos.Ao nível das Actividades Mais Relevantes, estão também assinaladas parcelas destinadas à recolha de resíduos sólidos e respectivo tratamento, e para a iluminação pública. No capítulo das despesas, o serviço de dívida e os custos de pessoal equivalem, segundo a autarquia, a 25,6 % da despesa corrente e 12,4 % do orçamento global. No conjunto, as Grandes Opções do Plano totalizam 49,8 milhões de euros; o que leva a CMA a considerar 2008 um ano de aceleração do ritmo do investimento municipal.Para Carlos Bonifácio, está-se perante um “plano de continuidade do investimento e um documento que reforça essa estratégia.” Daniel Adrião não é tão optimista e declara que este é um plano “completamento virtual no campo da receita” que obtém cerca de 8 milhões de euros em receitas não especificadas e 13 milhões em vendas de terrenos e de património. O vereador não compreende quais são as reais expectativas da Câmara Municipal na aquisição de tais receitas e sublinha que “este orçamento não transmite transparência, rigor e sustentabilidade.”Rogério Raimundo não fica atrás e vota contra devido à metodologia, essencialmente por não ter havido “uma discussão alargada através de reuniões descentralizadas com os autarcas das freguesias, com as forças vivas do concelho, com os conselhos locais existentes e outros que deveriam existir, alguns informais como sejam os da Juventude ou de Personalidades, das Grande Opções do Plano para 2008 e seguintes.” O Orçamento da Receita e da Despesa, PPI e Actividades Mais Relevantes vão a votação na próxima Assembleia Municipal, a realizar sexta-feira, dia 14 de Dezembro.
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