Armando Lopes Colunista
A PROCISSÃO OU O FORROBODÓ ELEITORAL VEIO O JOÃO TABERNEIRO, VEIO A XICA DO LUGAR, VEIO O JAIME CACETEIRO, A VICÊNCIA E O GASPAR – Jograis “Tocam os sinos na torre da igreja / Há espetadas e cerveja no Chão / O Alberto João, que Deus o proteja / Lá ganhou outra eleição!” Adaptação Popular O homem merece. Depois de ter transpirado que nem um animal. Depois de ter gritado que nem um possesso. Depois de ter bebido que nem um odre. O mínimo que lhe poderiam dar era mais uma maioria absoluta. Pelo esforço, pela gritaria, pela transpiração, pelos coices e bebedeiras.
Dizem que é perdulário, boémio, estroina, inconveniente, grosseiro, provocador, truculento, populista, desbragado, controleiro e maquiavélico. É verdade que sim. Mas que ele tem jeito para o negócio, lá isso tem! Tem jeito e sabe que, os abusos financeiros com que governa há três décadas, só podem continuar enquanto o seu histerismo for tolerado e alimentado. Porque este populismo despesista apenas é suportado pelo incumprimento das leis orçamentais.
Dizem, também, que o progresso evidente que trouxe para a Madeira durante estes trinta anos é um encargo pesadíssimo para o Orçamento de Estado. Que esta política de endividamento crescente, permitiu o favorecimento ilícito da meia-dúzia de capangas que o acompanha. Proporcionando-lhes, ao mesmo tempo, um enriquecimento fácil e rápido. E que o seu povo – aquele que vive das migalhas que, com indiferença, ele vai deixando cair – ainda não percebeu que a sua liberdade e a sua dignidade são moeda de troca. Que lhe garante os sobejos mas que, em simultâneo, lhe compra os votos.
É verdade que, para quem reivindica com tanto vigor o corte de verbas à Região Autónoma, não deixa de ser estranho o desbaratar de fortunas com brindes, festanças, comezainas e beberetes. Assim como não deixa de ser estranha a peculiar derrapagem financeira por antecipação, permitindo um grande número de inaugurações antes do tempo. É um estilo de gestão governativa, sem crime nem castigo, que gasta o que não tem para fazer o que não pode. E o episódio caricato da oferta de um telemóvel a cada delegado do PSD nas 290 mesas eleitorais, para ser o primeiro a saber os resultados, é apenas mais uma prepotência entre tantas outras.
Mas, desde que foram provocadas as eleições, toda a gente sabe, incluindo o dr. Alberto João, que este plebiscito à Lei das Finanças Regionais não significa absolutamente nada. A não ser a oportunidade renovada de permitir satisfazer o que o dr. Alberto João vem reclamando há vários anos. Que lhe seja concedida a hipótese de governar com o dinheiro que tem, sem privilégios nem favorecimentos. Pois só assim será possível avaliar as suas reais capacidades de gestão e plebiscitar as suas maiorias absolutas.
De que é que estão à espera, então, para lhe darem a autonomia? O homem merece, caramba!…
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