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Turbulência partidária na Ota

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Luís Filipe Menezes aquando da sua deslocação aos terrenos para onde está prevista a construção do novo aeroporto Menezes diz que o local é bom para a amaragem de hidroaviões Reina a confusão de posições em torno do projecto de construção do novo aeroporto internacional na Ota com os partidos a falarem a várias vozes […]
Turbulência partidária na Ota

Luís Filipe Menezes aquando da sua deslocação aos terrenos para onde está prevista a construção do novo aeroporto

Menezes diz que o local é bom para a amaragem de hidroaviões Reina a confusão de posições em torno do projecto de construção do novo aeroporto internacional na Ota com os partidos a falarem a várias vozes numa turbulência até ao momento mais visível no seio do PSD Carlos Barroso A Câmara Municipal da Nazaré reforçou o seu apoio à localização do novo aeroporto internacional de Lisboa na Ota, tendo aprovado por unanimidade, um documento em que manifesta “solidariedade para com a posição do Governo” relativamente à opção para a construção do futuro aeroporto. A autarquia espera que “este projecto seja desenvolvido o mais rapidamente possível”, devido ao “seu interesse estratégico nacional”. Contudo este executivo PSD na Câmara da Nazaré reforça a instabilidade dentro do seu partido, que anda muito dividido.

A última posição que divide claramente o PSD nacional foi a vinda “in loco” do presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, que contraria a posição do presidente do seu partido, que agora mesmo que queira ir à Ota, será sempre em segundo plano. Na sua deslocação a Alenquer, Luís Filipe Menezes ironizou, ao afirmar que nos terrenos “poderá ser instalado um aeródromo, para os hidroaviões”, já que os terrenos possuem muita água. O dirigente social-democrata afirmou por outro lado que a oposição ao Governo socialista “deve ser feita no terreno”, justificando a visita aos terrenos do futuro aeroporto a convite da Concelhia do PSD de Alenquer. “Não sabia que era preciso passaporte para vir a Alenquer”, disse. “Não comento questões da direcção” do PSD, mas “aconselho o presidente do meu partido a vir ver aqui isto e também como eu, aprenderá alguma coisa”, afirmou por outro lado Menezes, que no seu discurso preferiu tecer críticas ao Governo do que a Marques Mendes. “Não vou criticar o líder do meu partido” até porque o PSD “tem tudo a ganhar em ter vários agentes a dizer aquilo que deve ser dito sobre aquilo que está a ser mal feito em Portugal”, justificou, reafirmando a intenção de se candidatar à liderança. “Se houvesse eleições hoje para a liderança do meu partido eu seria candidato mas não tenho nada contra o líder do meu partido. Respeito-o muito. Está a esforçar-se e está a fazer o que melhor pode”, disse, acrescentando que “nada me inibe de, à minha maneira, de fazer a oposição que deve ser feita a este Governo”, acrescentou o autarca de Gaia que relativizou a mudança de posição do partido depois da Ota ter sido escolhida pelos anteriores Governos PSD-CDS. O dirigente social-democrata reclamou ainda um “investimento mínimo” para prolongar o tempo de vida do aeroporto da Portela até que sejam realizados novos estudos sobre o projecto e construção na Ota. “Já mudei de opinião muitas vezes” Durante a visita aos terrenos do futuro aeroporto, o autarca de Gaia foi confrontado com várias críticas dos ambientalistas e de antigo entusiasta do projecto, Menezes passou agora a defensor de novos estudos técnicos, face às dúvidas existentes. “Já mudei de opinião muitas vezes e não me caem os parentes na lama por causa disso”, afirmou, salientando que a questão “foi reaberta na sociedade portuguesa e temos de ouvir toda a gente. Há questões do ponto de vista ambiental, como a segurança aeronáutica, o futuro dos fluxos turísticos na Grande Área Metropolitana de Lisboa”. “Não sou autista nem arrogante como alguns dos actuais dirigentes do país”, disse, referindo-se a José Sócrates. “Estamos perante o cume do autismo do Governo” que “teve o seu zénite nesta questão da Ota”, disse, aconselhando ao primeiro-ministro a parar “para pensar” sobre um projecto nacional que não pode ser desenvolvido “contra os portugueses”. No seu entender, “é preciso baixar a conflitualidade do debate” e “ninguém morre se pararmos alguns meses a ponderar consensualmente esta matéria, envolvendo o Governo, a Assembleia da República, o senhor Presidente da República, associações ambientalistas, autarcas e empresários”.Menezes salientou que a decisão final “nunca será unânime” mas tem de ser “suportada pela esmagadora maioria dos portugueses”. Depois de visitar o terreno o presidente da Câmara de Gaia valorizou bastante mais as questões que as associações ambientalistas têm colocado sobre questões ambientais, rejeitando uma posição “radical favorável ou contra a Ota”. “Circunstâncias de interesse partidário” Quem não gostou muito desta visita foi o deputado social-democrata Feliciano Barreiras Duarte que considerou que a posição do PSD sobre o aeroporto da Ota é um “mau exemplo daquilo que deve ser uma política de seriedade e de convicções” ao mudar de posição quanto ao projecto. “Até prova em contrário”, as críticas do PSD indiciam uma “aparente conveniência por circunstâncias de interesses meramente partidários”, afirmou o deputado à Lusa. “Nunca vi algumas pessoas do PSD que se têm destacado contra a construção do novo aeroporto a porem em causa no passado os estudos técnicos fundamentados que sustentavam a escolha da Ota”, recordou Feliciano Duarte. O deputado eleito pelo Círculo Eleitoral de Leiria, considera que a posição do PSD nesta matéria põe “em causa a credibilidade da política portuguesa”. “Nós, no PSD, sempre defendemos com várias vozes a Ota” e durante os governos da coligação PSD-CDS a “localização do novo aeroporto era um assunto encerrado”. Uma outra voz laranja defensora da opção Ota no seio do PSD é o presidente da Distrital da área Oeste, afirmando que “este é um projecto que vai trazer mais investimento para a região”. “Na distrital Oeste não mudámos de opinião. Continuamos a defender a Ota enquanto um projecto importantíssimo para o desenvolvimento dos municípios desta zona”, afirmou o líder da distrital Oeste, Lélio Lourenço. “Entendemos que é uma questão demasiado importante para vir agora ser posta em causa” disse, evitando comentar a posição contrária à Ota expressa pelo líder do partido, Marques Mendes. Na visita ao terreno o presidente da Associação para o Estudo e Defesa do Ambiente de Alenquer (Alambi), Francisco Henriques, alertou o dirigente social-democrata para os grandes problemas ambientais desta construção. O terreno pantanoso – nalguns casos, somente dois metros acima do nível do mar -, a necessidade de movimentação de 70 milhões de metros cúbicos de terras – entre os quais a eliminação de alguns montes -, a falta de condições para ampliação das pistas, a correcção de quilómetros de redes de electricidade e condutas de o corte de nove mil sobreiros foram algumas das críticas apontadas. Lagoas, pântanos e valas cheias de água, numa zona de bacia de inundação do rio Tejo, povoam grande parte dos terrenos para onde está previsto construir o futuro aeroporto de Lisboa, no concelho de Alenquer. O rio de Alenquer, a ribeira e Paul de Alvarinho, o rio e Paul de Ota são as principais linhas de água de uma zona onde também abundam valas que retêm a água utilizada para regadio. Os terrenos, onde de acordo com o projectado se irão construir as pistas, distam poucos quilómetros da vila de Alenquer, junto à aldeia do Camarnal, na freguesia de Triana. Vítor Ronca, presidente da Junta de Triana (PSD), onde irá ficar localizado 75 por cento do futuro aeroporto, os benefícios anunciados da obra não passam de “operações de propaganda” que os moradores já começam a conhecer, nomeadamente aqueles que vivem a 500 metros do perímetro da pista, nas localidades de Carmanal ou Cheganças.

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