Mais de cem mil pessoas passaram o ano na NazaréFogo de Artifício e muita animação marcam entrada de 2007 na praia da NazaréJoana FialhoA marginal e o areal nazarenos foram mais uma vez os cenários de eleição para dezenas de milhar de pessoas se despedirem de 2006 e darem as boas-vindas a 2007, naquela que já é considerada a mais concorrida Passagem de Ano alguma vez realizada na vila. De acordo com dados da organização, cerca de cem mil pessoas festejaram entusiasticamente ao longo do quilómetro e meio da marginal os primeiros minutos do novo ano, formulando, cada um a seu modo, os votos e desejos para os próximos 365 dias.

A previsão de uma grande afluência de foliões, tendo por base os dados de anos anteriores, levou o Serviço Municipal de Protecção Civil da Nazaré a planificar mais cuidadosamente os dispositivos de segurança, com reforço dos meios de transporte e assistência médica, não esquecendo inclusivamente o material de limpeza e higiene disponibilizado aos visitantes, entre os quais casas de banho amovíveis e vidrões. No entanto, as precauções tomadas pela organização ao nível da segurança na praia – ainda que tivessem sido equacionadas – revelaram-se insuficientes, não conseguindo evitar que uma pessoa morresse depois de se ter lançado ao mar (ver caixa em baixo).Segurança reforçadaNa prática, a PSP aumentou o número de efectivos na vila durante o período festivo e assegurou também o reforço da segurança em locais estratégicos, como os palcos, enquanto que na área da saúde, a capacidade de resposta dos Bombeiros Voluntários da Nazaré foi reforçada com meios e recursos disponibilizados pela Associação de Dadores de Sangue do Concelho da Nazaré, que deslocou as suas viaturas para o quartel. Também as acessibilidades ao Hospital da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré ficaram mais facilitadas com a colocação de blocos new-jersey, cuja colocação impediu o estacionamento abusivo e anárquico que costuma registar-se naquele local, afectando a rápida deslocação dos meios de emergência. Ainda no domínio da assistência hospitalar as equipas do Serviço de Atendimento Permanente foram igualmente reforçadas. Elevadas taxas de alcoolémia e os cortes com vidro, foram como habitualmente, as causas que levaram mais foliões aos cuidados médicos. Esta passagem de ano ficou ainda marcada pelo atraso no lançamento do fogo de artifício. Passavam dez minutos da meia-noite quando os primeiros brilhos rasgaram o céu nazareno, num espectáculo piromusical que durou cerca de 15 minutos, um atraso que se ficou a dever a um problema técnico da responsabilidade da empresa contratada para a realização do evento. Os protestos não tardaram em fazer ouvir-se, mas ainda assim insuficientes para ensombrar os mais rasgados elogios a um “espectáculo que tardou mas que foi muito bonito, com o fogo e os raios laser”, como sublinhava insistentemente Maria Dolores, que assistiu pela primeira vez à passagem de ano nazarena, vinda da capital do País.“Uma aposta ganha”Apesar do contratempo no espectáculo, Jorge Barroso, presidente da Câmara Municipal da Nazaré (CMN) num primeiro balanço à noite da última segunda-feira, referiu ao REGIÃO que “esta foi uma passagem de ano que ultrapassou todas as nossas melhores expectativas, quer ao nível da afluência de visitantes, quer da animação. A articulação foi perfeita entre todas as entidades envolvidas, e ao nível dos serviços de logística também tudo correu bem”. Depois da sessão de fogo de artifício a festa prolongou-se até ao nascer do dia, com a actuação de bandas locais, que apresentaram sons variados, desde um repertório ligeiro ao rock, passando pelo pop e música alternativa, até à actuação de um DJ convidado.Em comunicado o presidente da CMN refere ainda que «esta festa é, sem dúvida, uma aposta ganha. É um investimento que não tem retorno para a autarquia, mas que contribui para a promoção da região e para a dinamização de todo o tecido sócio-económico do concelho».De facto, se a noite foi dura em matéria de trabalho, o tecido empresarial da vila, particularmente, o da restauração e da hotelaria – incluindo o alojamento particular -, também teve razões para festejar a passagem de ano, a calhar em fim de semana prolongado, ao contarem os euros entrados nas caixas registadoras, naquele que constituiu por certo um reforço nos resultados financeiros de um ano que para alguns não terá sido dos melhores, tendo em conta o apertar do cinto a que os portugueses foram submetidos em 2006. Também eles desejaram que 2007 seja melhor.