Falsários copiaram dados das bandas magnéticas dos cartões multibancoBenedita na rota dos falsários dos cartões MultibancoNão param de surgir queixosos que viram os seus saldos bancários abusivamente reduzidos Carlos BarrosoO número de queixas de clonagem de cartões Multibanco registadas desde que foi conhecida a primeira denúncia, a 2 Agosto passado, na Benedita, subiu para as 300, segundo a PSP e a GNR, tendo sido apresentadas queixas igualmente em Alcobaça, Cartaxo, Santarém, e mais recentemente em Castelo Branco. No distrito de Leiria, fonte da GNR confirmou que durante a semana passada sete novas queixas foram apresentadas no posto da GNR da Benedita – aumentando localmente o total para 175 – e fazendo subir para 198 o total de denúncias no distrito, em todos os casos relacionadas com levantamentos fraudulentos de contas bancárias, através da utilização de cartões Multibanco clonados.

Por seu lado a Sociedade Interbancária de Serviços (SIBS), que gere a rede Multibanco, informou que cerca de 300 cartões foram “afectados por transacções indevidas” entre os dias 2 e 6 de Agosto em terminais de pagamento automático ao ar livre, mormente em bombas de gasolina na Benedita e no Cartaxo. Os casos detectados estão relacionados com a prática do chamado “skimming”, que consiste na colocação de dispositivos de leitura falsos com o intuito de copiar a informação contida no cartão original.A empresa garante que “circunscreveu o problema, actuou de pronto no sentido de minimizar os inconvenientes para os demais utilizadores de cartões de pagamento que tenham utilizado aqueles terminais e iniciou as acções necessárias ao reforço da segurança daquele tipo de equipamento”. O golpe, que está a ser investigado pela Polícia Judiciária, foi presumivelmente levado a cabo por uma rede oriunda da Europa de Leste, e consumado através do chamado “skimming”, esclarece SIBS, adiantando que a fraude começa a ser desenvolvida através da colocação de dispositivos de leitura falsos nos terminais de pagamento, com o intuito de copiar a informação e os dados contidos na banda magnética do cartão original. O método utilizado é típico “da actuação de redes internacionais de crime organizado operantes em todo o mundo”, sublinha a SIBS, vincando que a rede portuguesa de cartões bancários “continua a apresentar elevados indicadores internacionais de segurança”.Em Portugal circulam 17 milhões de cartões bancários, 15 milhões dos quais de Multibanco, que são responsáveis por 1,5 mil milhões de transacções por ano, sendo que estão para já contabilizados levantamentos indevidos de cerca de 30 mil euros. Os falsários incorrem num crime de contrafacção de moeda e burla informática, podendo ainda vir a serem indiciados de associação criminosa, caso se confirme haver por detrás do cometimento dos crimes uma organização estruturada.