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Por Rui RasquilhoIEm 1762, a capital da colónia do Brasil muda de Salvador para o Rio de Janeiro e o território é promovido a vice-reino, sendo o primeiro governante com este título, já usado no Estado da Índia, o Conde da Cunha.Os vice-reis brasileiros detinham um poder político acrescido, tendo sobretudo, fortificado o território a […]

Por Rui RasquilhoIEm 1762, a capital da colónia do Brasil muda de Salvador para o Rio de Janeiro e o território é promovido a vice-reino, sendo o primeiro governante com este título, já usado no Estado da Índia, o Conde da Cunha.Os vice-reis brasileiros detinham um poder político acrescido, tendo sobretudo, fortificado o território a par de tímidas reformas económicas.Construíram-se edifícios públicos e melhoraram-se as estruturas urbanas do Rio de Janeiro.

Água e saneamento, feiras e fábricas desenvolveram-se. Criou-se o teatro do Rio e a iluminação beneficiou o centro da cidade. O Marquês de Pombal havia, desde meados do século XVIII desenvolvido a criação de companhias no Brasil, na sequência, aliás de outras anteriores, em particular a Companhia Geral do Brasil, criada em 1649, por influência do Padre António Vieira.O marquês cria em 1755 a Companhia do Grão-Pará e Maranhão e quatro anos depois a Companhia de Pernambuco e Paraíba, mas ambas guardam a sua sede em Lisboa.A navegação livre é proibida, provocando protestos sem fim no vice-reino, até que a Rainha D. Maria I termina com os monopólios das companhias, respectivamente em 1777 Grão-Pará e Maranhão e em 1780 é dissolvida a de Pernambuco e Baía.Os engenhos de açúcar, a produção de tabaco, arrozais e campos de algodão, cafezais e escravatura incrementam-se durante este período.Os beneficiários deste sistema eram poucos, comerciantes e autocratas tinham interesses importantes no comércio ultramarino, por isso as decisões da Rainha D. Maria I foram bem recebidos dos dois lados do Atlântico.IIA três de Maio de 1823, instalou-se a Assembleia Constituinte Brasileira, mas os deputados desentenderam-se logo que na cerimónia de abertura, o grupo republicano se opôs a que o Imperador D. Pedro I usasse a coroa e se sentasse no centro da mesada reunião.Se nos lembrarmos que a educação do primeiro imperador do Brasil foi feita na corte absolutista de D. João VI, muito embora não escondesse o seu interesse pelo liberalismo, facilmente se compreendem os atritos entre o soberano e os deputados.Qualquer observação imperial era recebida como ingerência pelos eleitos de Câmara do Senado.D. Pedro I que haverá de enviar para Portugal a Carta Constitucional, instrumento que perdurou, embora com hiatos na governação do reino acabou por ter de dissolver a constituinte após seis meses de desentendimentos.A 11 de Novembro de 1823, o exército sob comando directo do imperador, cerca o Parlamento e dissolve a Assembleia.“Vão os lusos para a Lusitãnia e o Brasil será mais feliz” fora na véspera o título da primeira página do “Sentinela” que incendiou a briga entre os deputados brasileiros e portugueses.Os portugueses acolheram-se junto de D. Pedro I, os brasileiros na Assembleia. Iniciava-se de 10 para 11 a longa “noite de agonia”.José Bonifácio de Andrade e Silva e o seu grupo tudo tentou para evitar o pior, mas o coronel Barbosa entrou ilegalmente fardado e armado na Assembleia, inviabilizando qualquer negociação.Depois da dissolução o imperador assume o poder e o seu conselho de Estado redige em 30 dias a Constituição de 1823.A 25 de Maio de 1824, o imperador jura a primeira constituição brasileira na Catedral do Rio de Janeiro.

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