A repovoação da Lagoa de Pataias foi adiada para Outubro próximoA Lagoa de Pataias com repovoação adiada devido a burocracia e às altas temperaturasDepois da dragagem feita em Setembro na lagoa de Pataias a repovoação foi adiada para OutubroLiliana JoãoNo passado mês de Setembro foram desenvolvidos os trabalhos de dragagem da Lagoa de Pataias, numa altura em que em que aquele espaço lacustre estava em “seca extrema”. Um momento considerado por Sandra Quaresma, bióloga da Câmara Municipal de Alcobaça, como “uma oportunidade única” para intervir na lagoa e “aprender “com a resposta do ecossistema, pois que “num futuro próximo, face às alterações climáticas globais, estes fenómenos tendem a ser cada vez mais frequentes”. A dragagem teve como objectivos “remover uma enorme quantidade de sedimentos que assorearam o fundo durante anos, e que seriam facilmente mobilizados para a água após as próximas chuvas”.
A passada sexta-feira, dia 28 de Julho, “Dia Nacional da Conservação da Natureza”, era o dia apontado para iniciar a repovoação da Lagoa de Pataias, de acordo com o projecto idealizado por seis biólogos, numa parceria do município de Alcobaça com duas instituições universitárias de Lisboa, e ainda com o Parque Natural Sintra-Cascais. Licenças não chegaram a tempo Esta repovoação não passou de intenção, já que “para proceder a esta acção, têm os serviços centrais da Direcção Geral de Florestas – Divisão de Caça e Pescas e, o Instituto da Conservação da Natureza, que emitir licenças que autorizem a captura, detenção e introdução de animais, neste caso peixes”, documentos que “ainda não chegaram ao pelouro do Ambiente”, como referiu Sandra Quaresma. A bióloga explicou ainda que a acção de repovoação “envolvia alguma logística e estava planificada por etapas, que, nesta fase, são impossíveis de concretizar”.A acrescentar a todos estes entraves junta-se também, e de acordo Sandra Quaresma, “a subida da temperatura – que acelerou as taxas de evaporação de água na lagoa e provocou o aquecimento da mesma – a equipa, não considera prudente introduzir os peixes neste momento” que “precisam de uma aclimatação que nestas condições ambientais, seria muito difícil de acontecer, senão mesmo impossível”. “Como é indesejada a morte dos animais e, na ausência dos documentos necessários para se proceder legalmente à acção”, a bióloga, aponta agora o mês de Outubro como a data previsível para levar por diante a repovoação da Lagoa de Pataias. Esta será uma altura do ano que a equipa responsável pela operação acredita, “em que a lagoa já terá sido novamente limpa do excesso de vegetação que se desenvolve no Verão”, para além de ser um mês em que “já poderão ter ocorrido as primeiras chuvas e, certamente, a água estará mais fria”. Sandra Quaresma sustenta que deste modo “estarão reunidas as condições ambientais e, assegurado o período de tempo necessário, para que os animais sejam introduzidos e se aclimatem até outro Verão, eventualmente quente”.
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