Polícia Judiciária de Leiria deteve presumíveis autores de assaltos a bombas de gasolina Os quatro jovens detidos moram no Valado dos Frades mas investigações da PJ não estão fechadas Carlos Barroso/António PauloO Departamento de Investigação Criminal de Leiria da Polícia Judiciária (PJ), procedeu na passada quinta-feira à detenção de três pessoas pela presumível autoria de mais de duas dezenas de roubos à mão armada perpetrados no distrito de Leiria. De acordo com a PJ, a esmagadora maioria dos crimes teve como alvo postos de abastecimento de combustíveis, actuando os detidos com recurso a máscaras, armas brancas e de fogo, e veículos com matrícula falsificada para se tentarem eximir à acção da justiça.
Estas detenções foram o culminar de uma investigação iniciada em Janeiro deste ano, altura em que se verificou o primeiro assalto, e no âmbito da qual já tinha sido detido um primeiro indivíduo residente em Valado dos Frades, Nazaré, a quem foi aplicada a medida de coacção de obrigação de permanência na habitação. A Bruno, Orlando e Manuel, os três últimos detidos, com idades de 21 e 22 anos, igualmente residentes em Valado dos Frades, depois de presentes ao Tribunal Judicial de Leiria para primeiro interrogatório judicial, foi-lhes aplicada, igualmente, como medida de coacção a obrigatoriedade de permanência na residência, sob vigilância de pulseira electrónica. Carlos Gomes, coordenador da PJ de Leiria, adiantou ao REGIÃO que “as investigações não estão fechadas”, e que as diligências prosseguem no sentido de apurar qual a extensão das actividades dos suspeitos e da composição deste grupo, a quem são imputados cerca de duas dezenas de postos de combustíveis nos concelhos de Alcobaça, Caldas da Rainha e Leiria. Aos suspeitos detidos pela PJ, são imputados, por exemplo, os dois assaltos ao posto de combustíveis de Santo Amaro, em Alfeizerão, Alcobaça, ocorridos e Fevereiro e Março passados.Autoridades investigam alegada agressão Entretanto o REGIÃO apurou que as autoridades estão agora a direccionar as suas investigações para o caso da alegada agressão e abandono do jovem Pedro Mateus, igualmente residente em Valado dos Frades, que foi encontrado inanimado na madrugada do passado 5 de Abril, nas Caldas da Rainha, com sinais que, aparentemente, indiciavam ter sido agredido e torturado (ver REGIÃO 66). As autoridades pretendem apurar se existe alguma relação entre os presumíveis assaltantes dos postos de combustíveis e o jovem, que de acordo com habitantes de Valado dos Frades, seria visto com alguma frequência na companhia de alguns dos agora detidos. A mãe de Pedro Mateus revelou ao REGIÃO que o filho apresenta algumas melhorias no seu estado de saúde “mas continua sem se lembrar do que lhe aconteceu. Já fala, mas pouco ou nada explica, estando ainda em estado de choque”. Sobre as eventuais ligações do filho aos presumíveis assaltantes dos postos de combustíveis, Leonor Mateus, não relaciona o filho com os crimes, referindo que “isso são boatos”. “Estou à espera que a PJ venha falar comigo, porque ninguém ainda me disse nada”, adiantou Leonor Mateus, admitindo que “alguma verdade tem de ser apurada”.Justiça pelas próprias mãosDe acordo com alguns habitantes de Valado dos Frades contactados pelo REGIÃO, ao abrigo do anonimato, todos os jovens terão estado envolvidos em assaltos ao interior de viaturas, os quais terão estado na origem de uma alegada numa acção de justiça pelas próprias mãos, levada a cabo um grupo de habitantes lesados. Esta acção terá ocorrido o dia 3 de Abril, numa padaria da localidade, e tinha como alvo o grupo de jovens, mas acabou por ser Pedro Mateus o único atingido, já que era visto muitas vezes com o quarteto de alegados assaltantes. Por outro lado, uma fonte policial referiu ao REGIÃO que um dos jovens seria alegadamente condutor de um Peugeot 307, de cor preta, que na noite em que Pedro Mateus foi encontrado nas Caldas, teria sofrido um acidente, na sequência do qual apenas sofreu ferimentos num braço. E seria nessa viatura acidentada, que supostamente, seguiriam outros dois dos elementos agora detidos, e na qual Pedro Mateus sofreu os ferimentos de maior gravidade. Confrontados com o estado de saúde de Pedro, os companheiros julgando o “colega” morto, alegadamente decidiram abandonar o corpo debaixo do viaduto, no intuito de fazerem crer que ele teria caído daquela infra-estrutura. Entre outras, estas são algumas indicações que as autoridades estão agora a seguir, no sentido de desvendarem qual a origem dos ferimentos que Pedro Mateus apresentava, e para apurarem se efectivamente existe alguma ligação do jovem, e de que tipo, aos presumíveis assaltantes identificados pela PJ.
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