Adão Teixeira e a equipa de futsal sénior feminina da Associação Recreativa PederneirenseEntrevista: Pederneirense foi oitavo na Divisão de HonraA época da equipa feminina da Associação Recreativa Pederneirense na Divisão de Honra revista pelo técnico Adão Teixeira Joaquim José PaparrolaComo correu a época de futsal femininodo Pederneirense?Para esta época sabia que as coisas não iam ser fáceis, pois subimos da I Divisão Distrital para a Honra, e nesta, as equipas já possuem jogadoras de bom recorte técnico e a jogarem futsal de boa qualidade. Na pré-época, tentou-se trazer jogadoras, 3 ou quatro que pudessem constituir-se como reforços para a equipa, e outras tantas mais jovens, para as inserirmos na formação. Contudo, apenas tivemos um reforço conhecida por “Gi”, que logo no jogo de apresentação sofreu uma grave lesão no ombro direito, não podendo contar com ela. Regressou uma jogadora que já tinha jogado há dois anos pelo Pederneirense, mas perdi duas jogadoras influentes no grupo, a Vanda, que foi trabalhar para Inglaterra e a Inês, por razões escolares.
Depois, a maior parte das jogadoras residem longe da Nazaré: Alverca, Rio Maior, Cadaval, Caldas da Rainha e São Martinho do Porto, e por tudo isso, tenho de lhes tirar o chapéu, já que foram fantásticas, apesar de terem de enfrentar uma série de problemas a nível de tempo e disponibilidade para os treinos, bem como tiveram de arcar com despesas de transporte, o que motivou a que apenas houvesse um treino por semana, o que se revelou manifestamente insuficiente.Mas a colectividade não apoiou o grupo de trabalho?No início da temporada, a Associação Recreativa Pederneirense prometeu uma série de condições tanto para os jogadores, como para os treinadores. Se a nível de instalações houve uma melhoria acentuada, a nível financeiro as ajudas foram muito menores do que na época passada, devido a incumprimentos de outras entidades para com a colectividade. Por isso acho que me posso dar por satisfeito e estar de consciência tranquila pelo dever cumprido, dadas as condições em que trabalhámos, acreditando que a Associação também pode estar orgulhosa com o8º lugar que conquistámos, num campeonato muito exigente. Apesar das dificuldades o grupo manteve-se unido…Sim, e nesse capítulo gostaria de agradecer ao presidente Joaquim António, que apesar de todos os problemas que a Associação Recreativa Pederneirense tem passado nuncase rendeu, ao contrário de muitos outros de quem se esperava muito mais. Uma palavra de reconhecimento para a Ana que comigo trabalhou como delegada e massagista, à Paula Violante (capitã) da equipa e uma grande líder do grupo, e ao Joaquim Fidalgo e sua namorada pela colaboração que nos deram ao longo da época. Os resultados positivos que conquistámos, também são deles. Na sua óptica o futsal feminino tem condições para evoluir na Nazaré?Disso eu tenho a certeza. Nesta equipa tinha algumas jogadoras muito novasem formação, que se não pararem vão longe: por exemplo a Alexandrina que este ano jogou pela primeira vez futsal federado foi muitas vezes titular, e como esta existiram muitas outras que se lhes derem oportunidades e condições poderão formar boas equipas. Quais os principais constrangimentos que se colocam a uma jogadora de futsal?O maior problema que o futsal feminino enfrenta, prende-se com uma alteração de mentalidades: os pais que não deixam as atletas jogar, a falta de alguém que divulgue a modalidade no feminino e que dê condições às atletas para elas evoluírem e apanharem o gosto pela modalidade. Penso que as escolaspodem terum papel muito importante nesta questão na divulgação e promoção do futsal feminino.Que diferenças encontrou do futsal masculino para o feminino?As diferenças são várias. Pois o futsal feminino, requer um maior cuidado na aprendizagem, quer a nível técnico e de outros pormenores que no masculino não se torna necessário aperfeiçoar tanto. Contudo, com a experiência que tive nos dois lados, e falo deste grupo feminino com que trabalhei, elas têm menos vícios para limar e demonstraram sempre uma maior disponibilidade para aprender. Além disso honraram sempre os compromissos, o que não acontecia nos masculinos, que a meio da época teimam em desistir, sem dar satisfação a ninguém. Com os femininos isso nunca me aconteceu, e tenho a certeza que poucos dos masculinos que ao longo dos meus vinte anos como jogador na Pederneira eu conheci, faziam o esforço que este grupo fez nestes três anos para treinar e jogar.
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