Manuel Sequeira denuncia que “há pessoas que se passeiam na Marginal sem ter ingerido uma refeição completa”BE quer criar Comissão Municipal de Acompanhamento no Combate à Pobreza Deputado bloquista adianta que 15 por cento da população é pobre e desta 10 por cento passa fomeAntónio Paulo “A fome no concelho da Nazaré não é traduzida pela ausência total de alimentos. É isso sim, caracterizada pela falta de ingestão de alimentos cuja variabilidade permita a absorção dos nutrientes necessários ao desenvolvimento do organismo”, denuncia o deputado municipal eleito pelo BE, Manuel Sequeira. Em requerimento enviado ao presidente da Assembleia Municipal da Nazaré, José Bento Jordão (PSD) defendendo a criação de uma Comissão Municipal de Acompanhamento no Combate à Pobreza, Manuel Sequeira cita dados recolhidos pelos profissionais e voluntários no terreno, que apontam para que “cerca de 15 por cento da população do concelho nazareno é pobre e desse valor 10 por cento passa fome”. “Sabemos que há pessoas que passeiam pela Marginal sem ter ingerido qualquer refeição completa e que tudo fazem para esconder tal estigma”, reforça o deputado bloquista, sublinhando que “a nível local têm sido detectados focos de pobreza, sendo, de alguma forma, fácil de encontrar munícipes que vivem abaixo do limiar da pobreza, população que certamente dispõe de menos que os 214 euros necessários à mera sobrevivência, segundo dados do Instituto de Solidariedade e Segurança Social”.

“Fome paredes meias com ostentação”O autarca bloquista salienta no seu requerimento que “a realidade permite-nos afirmar que a fome grassa na Nazaré paredes-meias com a ostentação”, sustentando que “a fome no concelho pode estar relacionada com o desemprego e a empregabilidade local que tem apenas carácter sazonal”. Um cenário que para Manuel Sequeira “é dramático quando sabemos que dispomos de recursos que chegariam facilmente para todos os habitantes do concelho”. “Reduzir drasticamente as estatísticas relativas à fome e à pobreza no concelho”, por isso, para o deputado bloquista constitui “uma prioridade a coordenação entre as instituições que operam neste domínio”. “Sabemos que os meios existentes são limitados e que quem está no terreno tudo tem feito para minorar a situação, mas não podemos admitir que quase se gaste mais em fotocópias do que na erradicação da fome no concelho”, reforça o autarca bloquista.“Alcançar uma complementaridade de esforços entre todos aqueles que se debruçam sobre o flagelo da fome e da pobreza” através de “soluções, todos o sabemos, são complexas e incontornáveis” são preocupações de Manuel Sequeira que defende “a concentração de esforços no domínio dos recursos humanos, promovendo a educação e os cuidados de saúde, lançando as bases para que se anulem definitivamente as sequelas da fome e da pobreza”. “Cabe-nos a nós, políticos, ajudar a colmatar esta constatação socialmente reprovável e o nosso papel na Assembleia Municipal tem de, também nesta matéria, ser determinante”, conclui Manuel Sequeira.