Esquadra da PSP de São Martinho do PortoPresidente da Câmara contra saída da PSP de Alcobaça e de S. Martinho do Porto Gonçalves Sapinho escreveu uma carta ao ministro António Costa a defender a manutenção da PSP no concelhoAntónio PauloAs notícias vindas a público nos últimos tempos sobre a intenção do Governo de encerrar as esquadras da PSP em aglomerados urbanos com menos de 15 mil habitantes, transferindo as funções para a GNR, – um parâmetro no qual se enquadra a situação de Alcobaça e São Martinho do Porto -, levaram o presidente da Câmara, Gonçalves Sapinho a escrever ao ministro da Administração Interna, António Costa. Na extensa carta, datada de 30 de Dezembro passado, constam inúmeros argumentos a favor da manutenção daquela força policial no concelho, referindo o edil que “Alcobaça é o segundo concelho do distrito, logo a seguir à cidade de Leiria”, e sublinhando que “Alcobaça necessita, não de extinção da sua esquadra, mas da sua expansão”.
Na sua argumentação, Gonçalves Sapinho invoca que “a cidade de Alcobaça medida pelos limites da Freguesia tem uma dimensão, mas medida pelo tecido urbano integrado noutras freguesias limítrofes, confinantes com a de Alcobaça, sem descontinuidade urbana, tem outra dimensão”. “É esta dimensão – a da cidade, e não a de freguesia, que deve ser considerada para efeitos de decisão, uma vez que neste conceito, a cidade duplica, claramente, a população urbana”, sublinha o autarca, sustentando ainda que “uma coisa é medir a cidade, exclusivamente, pela população residente e outra coisa é considerá-la, incorporando a população flutuante que, em certas épocas do ano, atinge valores elevados”. Sapinho salienta que “a média diária de visitantes do Mosteiro de Alcobaça se cifra em cerca de 1500 pessoas, sendo significativo o número de estrangeiros que nos demandam, ao que acresce um número assinalável de alcobacenses que, por razões várias, se deslocam diariamente à cidade”, concluindo que “num e noutro caso, trata-se de população urbana com todas as características e exigências inerentes a este qualificativo, designadamente a mobilidade – pedonal, transporte colectivo e automóvel – que carece de atenção”. Contra ciclo em S. MartinhoNo caso de São Martinho do Porto, o edil sustenta que “a extinção da PSP aparece em contra-ciclo, ou seja, no momento em que o crescimento urbanístico, em que o número de estabelecimentos comerciais aumentou, em que o número de crianças e idosos que visitam S. Martinho e aí passam o dia, em fins de semana e férias cresceu, em que os adultos, sobretudo quadros qualificados demandam S. Martinho como zona privilegiada de descanso, em que o número de casas de segunda habitação aumentou, direi que a segurança tem que ser reforçada e deverá sê-la considerando que temos presente uma população de risco (crianças e idosos) ao lado de uma população claramente urbana”. Ainda em relação a São Martinho, o autarca recorda na carta que “ a Polícia Marítima anunciou a sua saída, o que tem lógica, tal como teve lógica a saída recente da Guarda Fiscal. Num e noutro caso, a Câmara Municipal não levantou qualquer problema ou se opôs ao que era natural”. “Porém “decapitar” S. Martinho do Porto, numa década, da Polícia Marítima, da Guarda Fiscal e da Polícia de Segurança Pública afigura-se-me uma dose demasiado forte, numa só década”, reforça Sapinho.“Pura especulação” Um dia antes de Sapinho redigir a carta a António Costa, o MAI esclarecia que em matéria de reestruturação da PSP e GNR, não estava decidido quais as localidades onde serão encerradas instalações, de uma ou outra força de segurança. Na ocasião, um porta-voz do gabinete do ministro considerava “pura especulação” qualquer informação em contrário, adiantando que “o MAI vai reestruturar o dispositivo territorial da PSP e da GNR, mas ainda não foram definidos os critérios dessa reestruturação, pelo que não está decidido quais as localidades onde serão encerradas instalações de uma ou outra força de segurança”. “O ministério vai desenvolver ao longo de 2006 a reestruturação do dispositivo territorial da PSP e da GNR, no sentido de evitar a duplicação de meios, racionalizando-os, mas antes de qualquer decisão serão ouvidas várias entidades”, garantiu o porta-voz. De resto, acrescentou, “serão anunciados publicamente os critérios dessa reestruturação quando estiverem definidos, o que ainda não aconteceu”, sublinhando que as notícias vindas a público têm tido por base um estudo de 2003, “mandado elaborar pelo anterior Governo, no tempo do ex-ministro da Administração Interna, Figueiredo Lopes”.
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