Comerciantes da zona sul da Marginal sentem-se “discriminados”Comerciantes acusam Câmara da Nazaré de “descriminação” entre sul e norte da avenida MarginalOs comerciantes da zona sul da avenida Marginal na Nazaré sentem-se “discriminados” em relação à zona norte da vilaLiliana JoãoA Nazaré é visitada por milhares de pessoas quando são festejados grandes acontecimentos ou datas importantes. Geralmente os festejos são feitos na zona norte da avenida Marginal. Tal como aconteceu nos anos anteriores, a Nazaré foi o destino escolhido para muitos para a entrada no ano de 2006. A avenida da Marginal foi cortada para que as pessoas pudessem circular à vontade, e os carros apenas puderam circular a sul Centro Cultural da Nazaré.
Esta situação deixou muito descontentes os comerciantes da zona sul da avenida Marginal. “Criou-se “um vício” nas pessoas em deslocarem-se para a zona norte da Nazaré, sempre que há algum evento importante”, referiu Pedro Machado, proprietário de um estabelecimento comercial da zona sul da Marginal. Os comerciantes queixam-se de “discriminação” em relação à zona norte, já que “quase todas as iniciativas importantes que acontecem na Nazaré são feitas todas a norte”, explicou Pedro Machado. Os comerciantes interrogam-se quanto à questão dos ressentes festejos da passagem de ano, onde a avenida Marginal foi cortada ao trânsito, sendo que “os carros podiam circular na Marginal do Centro Cultural para sul”. “As pessoas deixam os carros aqui na zona sul e dirigem-se todas para o norte. Cria-se um “vicio” é claro que as pessoas vão para onde está um maior aglomerado de gente”, referiu o comerciante que “não entendo esta situação já que a zona sul tem cada vez mais oferta para os que visitam a Nazaré”.Luís Miguel Oliveira, proprietário de um restaurante na zona sul da Marginal, à semelhança de muitos outros comerciantes, sente-se “prejudicado com esta situação que se vem a arrastar há muitos anos”. “Esta situação não acontece apenas na noite de passagem de ano, mas sempre que acontece algo relevante na nossa vila”, explicou Luís Oliveira que reforça esta ideia explicando que “quando foi a altura do Europeu de Futebol, o ecrã gigante foi colocado na zona norte. O desfile de Carnaval, que é uma tradição na Nazaré, também só começa do Centro Cultural para norte. Aqui só são deixados os carros”. Com as receitas cada vez mais em baixo, um reflexo da crise que Portugal atravessa, os comerciantes da zona sul, também culpam esse decréscimo ao facto de “apenas o norte da Nazaré ter atracções para os turistas. Os nossos clientes não são os turistas, mas sim os conhecidos, os clientes habituais”. Iluminação de natalPara além destas queixas, os comerciantes referiram a questão da iluminação de Natal, competência da Associação Comercial Industrial e de Serviços da Nazaré (ACISN), que na última quadra natalícia não chegou à maioria da zona sul, “indo só, praticamente, até ao Centro Cultural. O nosso descontentamento não é só com a Câmara Municipal, mas também com a ACISN. Contactado pelo REGIÃO, Paulo Marques, presidente da ACISN, confessa que “todos os anos acontece esta situação e a ACISN já tentou andar para a frente e na última época natalícia, fizemos um abaixo assinado para entregar ao senhor presidente da Câmara, a explicar toda a situação mas a verdade é que os comerciantes nunca o devolveram à Associação para que fosse entregue”. Paulo Marques acredita que “se existe vontade dos comerciantes para que esta situação não se repita não parece. Os comerciantes, se querem que a ACISN os ajude têm que cooperar e têm que se lembrar que a associação tem a força desde que os seus associados a apoiem”. Em relação à questão da iluminação de natal, o presidente da ACISN explicou que “a iluminação não chegou até ao final da avenida porque os proprietários dos prédios não autorizaram que as iluminações fossem presas aos edifícios”.Jorge Barroso, presidente da Câmara Municipal da Nazaré, quando questionado sobre alegada “discriminação entre sul e norte”, referiu que “não existe motivos para ser levantada tal questão, quanto muito acho que a escolha das ruas que são cortadas, nomeadamente na noite de passagem de ano, poderiam ser outras”. Jorge Barroso explicou que, “quando se faz um evento na Nazaré, tem que se ter em conta onde será mais abrigado, e o norte é mais abrigado que o sul”. O presidente da Câmara Municipal da Nazaré salienta que “a Câmara Municipal não tem que estar numa situação de privilegiar nem o norte nem o sul da vila”. Jorge Barroso acredita que se os comerciantes se sentem prejudicados não devem culpar a autarquia já que “os agentes económicos têm de ter a capacidade de atrair as pessoas para a sua zona”.
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