Eleições e Paul Éluard

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António Fialho ColunistaO que se espera quando se vota? Que representatividade tem o nosso voto após ter caído na urna e ter sido contabilizado? A nossa manifestação de confiança é bandeira ou pressupõe o assumir pleno de responsabilidade pelos eleitos? Será que quando se vota não se estará a dizer ao nosso eleito “faz por […]

António Fialho ColunistaO que se espera quando se vota? Que representatividade tem o nosso voto após ter caído na urna e ter sido contabilizado? A nossa manifestação de confiança é bandeira ou pressupõe o assumir pleno de responsabilidade pelos eleitos? Será que quando se vota não se estará a dizer ao nosso eleito “faz por mim e pela minha terra tudo o que de melhor houver”?

A democracia é um fórum de encontro de ideias e de opiniões e não um campo de batalha onde se esgrimem argumentos. Todos concordamos que uma população de dezassete mil almas não se governa fazendo encontros de todos num estádio de futebol (a nossa Ágora grega) dando a todos a oportunidade de apresentar a sua opinião… Perante tal impossibilidade, temos que escolher alguns concidadãos que assumam por nós essa responsabilidade numa clara e evidente manifestação da democracia representativa.Mas quando se acaba a votação não se acaba a responsabilidade de quem votou. Ela deve intensificar-se a pedir contas aos eleitos sobre o trabalho que prometeram e que todos queremos que seja concretizado.Desgosta-me quando se diz que no governo duma autarquia há OPOSIÇÃO. Mas oposição a quê? Aos que votaram ou aos que governam o nosso destino? Não será mais justo que, apesar da diversidade das opiniões, construam soluções consistentes e estruturantes?No rescaldo das eleições autárquicas não faltam arautos da desgraça, hipocondríacos azedos, gente sem esperança, que na aparência da análise clara e despretensiosa mais não faz que pôr tudo em causa, acrescentando gasolina e palha, atiçando o lume.A vontade de construir e a transparência de actuação devem estar na mente de todos os eleitos, como se a Câmara fosse uma grande e sólida casa mas com paredes de vidro. A situação da autarquia não é dramática mas requer algum carinho e atenção e não é com a negação sistemática que se constrói algo. Aquilo que exigimos é que os eleitos conversem, discutam, que se entendam e que não esperem que as coisas se resolvam por si, que apodreçam ou que sejam esquecidas.A Nazaré deve ter os olhos e os ouvidos postos nos seus autarcas e deve, já depois da eleição, pressioná-los para que trabalhem, descubram caminhos e soluções para a presente e preocupante situação do Concelho, pois o futuro começa a construir-se hoje.O poeta francês Paul Éluard escreveu que “amar não é olhar-se olhos nos olhos mas olhar na mesma direcção”. É de autarcas que não percam tempo a olhar-se mas que descubram horizontes onde fixem o olhar que a Nazaré precisa. A Nazaré precisa de ser amada. Quem não precisa que atire a primeira pedra…

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