José Marques Administrador HospitalarEm, 15 de Agosto de 1890, cidadãos de Alcobaça determinados e corajosos, liderados pelo grande alcobacense, Bernardino Lopes de Oliveira edificaram tão nobre hospital.Foram dias e dias de trabalho voluntário, cortejos de oferendas, festas e muita e entusiasmada dedicação que permitiram cumprir um sonho, hoje realidade de referência, à luz de estudo comparativo, de qualidade e suporte técnico, da Direcção – Geral de Saúde disponível, a partir do mês corrente.

Inaugurado o hospital, decorreram mais de 115 anos de actividade, a favor de todos os que nele aliviaram as dores, combateram malheitas, nasceram, morreram, foram tratados, atendidos, socorridos, sorriram e choraram.Centenas de alcobacenses dedicaram-lhe uma vida de trabalho voluntário ou remunerado e levaram para casa as angústias, dores e sofrimentos e, também, as alegrais de tantos que viveram, por períodos, curtos ou longos dentro do hospital, que nos foi legado pelos nossos antepassados.As pessoas continuam a adoecer, mas as doenças, são outras e algumas são as ditas da civilização e do estilo de vida. Hoje, mais de 150 profissionais continuam a mesma missão, com a mesma nobreza, agora, espero, estimulada pelo gratificante reconhecimento público.A dignidade das pessoas humanas, que hoje recorrem ao hospital, está inalterável e o respeito pela sua natureza continua a exigir a sua centralidade, na prática da rotina hospitalar. A este propósito é, com muita honra e especial prazer, chamar à nossa memória colectiva todos os alcobancenses que honraram com o seu esforço e saber, o velho e digno, Hospital de Alcobaça – Bernardino Lopes de Oliveira.É mais que justo reconhecer o mérito de todos os provedores da Misericórdia de Alcobaça (proprietária das instalações do hospital) desde Bernardino Lopes de Oliveira até ao actual e, também, grande alcobacense, Tarcísio Trindade, ex-presidente da câmara.Uma palavra honrosa, de agradecimento e consideração a António de Sanches Branco, ilustre alcobacense presidente do conselho geral do hospital. Vale pena e apraz-me, especialmente, referir Célia Pilão, Óscar Belo e Nazaré Morais como os grandes dinamizadores da modernização física e organizacional do hospital, a partir de 1986.O centenário do hospital foi um acontecimento especial, em Alcobaça, com uma organização cuidada e prestigiante organizada pela Célia Pilão, à qual se juntaram tantos alcobacenses honrados, ainda na memória de muitos. Não podemos esquecer o papel do grande alcobacense Joaquim Augusto de Carvalho, provedor da Misericórdia de Alcobaça e também presidente da câmara. É também uma honra referir, entre outros profissionais e voluntários, os médicos dedicados, do passado recente “João Semana “: Domingos Arinto; Henrique Ferreira, João Monteiro, Branco Pata, Nascimento, João Lameiras e Joaquim Guerra. Igualmente merece uma referência, especial, entre outros profissionais de excelência, a honrado e dedicado chefe de repartição, Joaquim Nogueira, que foi promovido por mérito excepcional (primeiro caso no ministério da saúde), reformado há poucos anos, após 26 anos de exercício profissional no hospital. Os resultados de uma organização espelham a nobreza e dedicação dos seus profissionais e dos líderes. A minha sincera homenagem a todos os profissionais do velho hospital, que em cada dia que passa, irão continuar a melhoria contínua de qualidade, com elevada responsabilidade social, e com enorme respeito pela dignidade dos doentes, pela sua situação de debilidade física e psicológica, a merecer toda a atenção e compreensão humana.Este reconhecimento, relativo aos critérios de performance comparativa, em análise, não é uma carta de excelência organizacional, mas significa que é possível governar organizações públicas, com mais eficiência. Se o mesmo rigor e disciplina orçamental fossem aplicados em outras organizações públicas o IVA, talvez fosse ainda 17 por cento. Parabéns, especialmente, para os profissionais prestadores directos e outros: médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares, que exercem com espírito de missão e que consideram a pessoa humana/doente como a única e verdadeira razão de ser do hospital.Para mim foi um prazer especial trabalhar convosco. Obrigado pela oportunidade.